META

ONU se posiciona sobre mudanças da Meta e cobra regulação contra discurso de ódio nas redes

Alto comissário reforça que regular conteúdos nocivos 'não é censura' e exige governança do espaço digital com base nos direitos humanos

ONU cobra regulação de discurso de ódio nas redes sociais.Créditos: AzamKamolov/Pixabay
Escrito en GLOBAL el

O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para direitos humanos, Volker Türk, se posicionou nesta sexta-feira (10) sobre as novas mudanças anunciadas pela Meta e reforçou que regular discursos de ódio e outros conteúdos nocivos "não é censura".

"Autorizar discursos de ódio e conteúdos prejudiciais na internet tem consequências no mundo real. Regular esse conteúdo não é censura", declarou Türk, na rede social X, do bilionário Elon Musk, que acusou programas de verificação de informações de  "censurar vozes conservadoras". O comissário ainda acrescentou que seu escritório "exige responsabilidade e governança no espaço digital, em conformidade com os direitos humanos".

Desde terça-feira (7), o dona da Meta, Mark Zuckerberg, vem anunciando uma série de mudanças nas regulamentações das redes sociais da empresa, como Instagram e Facebook. Primeiro, ele anunciou o fim do sistema de checagem de fatos, feito por agências profissionais, que será substituído por "notas da comunidade", ferramenta utilizada na rede social X. 

Já na quarta-feira (8), ele alterou as Diretrizes da Comunidade para permitir que posts que associem "doenças mentais" a pessoas LGBTQIAPN+. As novas regras irão permitir "linguagem ofensiva ao abordar tópicos políticos ou religiosos, como direitos de pessoas transgênero, imigração ou homossexualidade", segundo o próprio documento da plataforma. Leia a íntegra aqui.

"Às vezes, as pessoas usam linguagem específica de sexo ou gênero para discutir o acesso a espaços geralmente restritos por essas categorias, como banheiros, escolas, cargos militares, policiais ou de ensino, além de grupos de saúde ou apoio. Em outros casos, solicitam exclusão ou recorrem a linguagem ofensiva ao abordar tópicos políticos ou religiosos, como direitos de pessoas transgênero, imigração ou homossexualidade. Também é comum que xingamentos a um gênero ocorram no contexto de separações amorosas. Nossas políticas foram criadas para dar espaço a esses tipos de discurso", diz um trecho das novas diretrizes. 

Outro trecho do documento ainda afirma: "permitimos alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, considerando discursos políticos e religiosos sobre transgenerismo e homossexualidade, bem como o uso comum e não literal de termos como “esquisito".

Presença da ONU nas redes

Questionada sobre os perfis da ONU nas redes sociais X e Meta, a porta-voz da organização em Genebra, Michele Zaccheo, afirmou que a ONU “monitora e avalia constantemente” esses espaços online. "É importante para nós estarmos presentes com informações baseadas em fatos, e é isso que defendemos", disse.

Ela ainda acrescentou que a organização ainda não sabe como isso vai evoluir,  mas "no momento, ainda achamos importante estar presente nessas plataformas, apresentar informações baseadas em evidências".

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar