O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para direitos humanos, Volker Türk, se posicionou nesta sexta-feira (10) sobre as novas mudanças anunciadas pela Meta e reforçou que regular discursos de ódio e outros conteúdos nocivos "não é censura".
"Autorizar discursos de ódio e conteúdos prejudiciais na internet tem consequências no mundo real. Regular esse conteúdo não é censura", declarou Türk, na rede social X, do bilionário Elon Musk, que acusou programas de verificação de informações de "censurar vozes conservadoras". O comissário ainda acrescentou que seu escritório "exige responsabilidade e governança no espaço digital, em conformidade com os direitos humanos".
Te podría interesar
Desde terça-feira (7), o dona da Meta, Mark Zuckerberg, vem anunciando uma série de mudanças nas regulamentações das redes sociais da empresa, como Instagram e Facebook. Primeiro, ele anunciou o fim do sistema de checagem de fatos, feito por agências profissionais, que será substituído por "notas da comunidade", ferramenta utilizada na rede social X.
Já na quarta-feira (8), ele alterou as Diretrizes da Comunidade para permitir que posts que associem "doenças mentais" a pessoas LGBTQIAPN+. As novas regras irão permitir "linguagem ofensiva ao abordar tópicos políticos ou religiosos, como direitos de pessoas transgênero, imigração ou homossexualidade", segundo o próprio documento da plataforma. Leia a íntegra aqui.
Te podría interesar
"Às vezes, as pessoas usam linguagem específica de sexo ou gênero para discutir o acesso a espaços geralmente restritos por essas categorias, como banheiros, escolas, cargos militares, policiais ou de ensino, além de grupos de saúde ou apoio. Em outros casos, solicitam exclusão ou recorrem a linguagem ofensiva ao abordar tópicos políticos ou religiosos, como direitos de pessoas transgênero, imigração ou homossexualidade. Também é comum que xingamentos a um gênero ocorram no contexto de separações amorosas. Nossas políticas foram criadas para dar espaço a esses tipos de discurso", diz um trecho das novas diretrizes.
Outro trecho do documento ainda afirma: "permitimos alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, considerando discursos políticos e religiosos sobre transgenerismo e homossexualidade, bem como o uso comum e não literal de termos como “esquisito".
Presença da ONU nas redes
Questionada sobre os perfis da ONU nas redes sociais X e Meta, a porta-voz da organização em Genebra, Michele Zaccheo, afirmou que a ONU “monitora e avalia constantemente” esses espaços online. "É importante para nós estarmos presentes com informações baseadas em fatos, e é isso que defendemos", disse.
Ela ainda acrescentou que a organização ainda não sabe como isso vai evoluir, mas "no momento, ainda achamos importante estar presente nessas plataformas, apresentar informações baseadas em evidências".