DISCURSO DE ÓDIO

Grupo aciona MPF após Meta permitir classificar gays e trans como 'doentes mentais'

Empresa anunciou mudanças em suas redes sociais, como Facebook e Instagram, que permitem discurso de ódio contra pessoas LGBT+

Meta passa a permitir classificar gays e trans como "doente mentais".Créditos: Open Source
Escrito en LGBTQIAP+ el

A Associação Nacional de Travestis e Trans (Antra) protocolou uma representação no Ministério Público Federal (MPF) após a Meta, empresa que controla o Facebook e o Instagram, permitir que os usuários classifiquem pessoas gays e trans como "doentes mentais".

A nova medida LGBTfóbica da Meta foi anunciada nesta terça-feira (7) pelo dono da empresa, Mark Zuckerberg. O bilionário também anunciou que a plataforma vai eliminar o sistema de checagem de fatos, feito por agências profissionais, para substituí-lo por notas da comunidade, feitas pelos próprios usuários. 

De acordo com as novas regras adotadas pela Meta, a plataforma vai permitir "alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, dado o discurso político e religioso sobre transgenerismo e homossexualidade”.

Nas redes sociais, a Antra se manifestou logo após o anúncio da medida que permite ataques a pessoas gays e trans. A associação declarou que a mudança "normaliza discursos de ódio contra pessoas LGBTQIA+; "legitimiza a exclusão social e econômica dessa população sob o pretexto de “debate político e religioso”; e "fragiliza os esforços globais de combate à transfobia e homofobia". 

"Precisamos nos manter atentos e denunciar qualquer tentativa de espalhar ódio ou discriminação nas plataformas. O respeito às nossas identidades não é negociável!", disse.

"É evidente que a ideia de proteção nunca foi realmente concreta, mas agora está apenas mais exposta. O anúncio de Zuckerberg é alarmante e aponta para um futuro marcado por uma enxurrada de fake news e discursos de ódio, sustentados pelo frágil pretexto da 'liberdade de expressão'. Ataques a minorias e à democracia passam a ser endossados pelas Big Techs sem qualquer constrangimento", continuou a organização, em outra postagem.

Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS), passou a desconsiderar a a homossexualidade ou outras condições sexuais como doença ao retirar a condição da “Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde”. Já no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) fixou, em 1999, uma resolução que defende o entendimento de que a sexualidade faz parte da identidade de cada sujeito. 

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