EXTREMA DIREITA

Torben Braga: quem é o imigrante brasileiro eleito deputado anti-imigração na Alemanha

O alemão de Niterói vira um dos nomes fortes da extrema direita neofascista na Turíngia

Torben Braga, deputado da AfD na TuríngiaCréditos: Thüringer Landtag
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No fim de semana passado, a Alternativa para a Alemanha (AfD) venceu as eleições regionais na Turíngia, marcando a primeira vitória da extrema direita em eleições na Alemanha desde a ascensão do nazismo nos anos 1930.

Um dos eleitos é Torben Braga, um político brasileiro naturalizado alemão, afiliado à legenda neofascista de Björn Höcke, o "novo Hitler" do país.

Nascido em 1991 em Niterói, Brasil, ele se mudou para a Alemanha em 2009 para estudar, onde cursou ciência política e direito público na Universidade Friedrich Schiller de Jena e na Universidade Philipps de Marburg, obtendo um Mestrado em Artes em 2018.

Ele iniciou sua trajetória política no Partido Democrático Livre (FDP) da Alemanha - um partido de orientação liberal nos costumes e na economia -, mas mudou-se para a AfD em 2015. Também foi assessor de imprensa da Associação Alemã de Fraternidades Estudantis, entidade abertamente racista.

Braga é membro do parlamento estadual da Turíngia desde 2019, onde foi eleito pela lista do partido e atuou como gerente parlamentar da bancada da AfD. É um dos homens mais próximos de Hocke, principal nome do partido atualmente.

O principal ponto do discurso de Torben Braga é ser um imigrante anti-imigração. Ele afirma, em entrevista à Folha, que "um país não pode ter um sistema social operante ao mesmo tempo em que tem fronteiras abertas. São coisas irreconciliáveis. Ou as pessoas param de imigrar ou o estado de bem-estar social é destruído", declara. "Não se pode permitir que se crie uma indústria da imigração sob o manto do direito de asilo."

Braga segue o mesmo estilo do brasileiro Marcus Santos, deputado pelo Chega de Portugal, partido de extrema direita. Ainda segundo uma reportagem do Brasil de Fato, Torben também tem atuado para fomentar conexões entre a AfD e grupos evangélicos no Brasil, enfatizando uma agenda conservadora compartilhada, além de ter declarado apoio a Bolsonaro em diferentes ocasiões.

Com informações de Folha de São Paulo e Brasil de Fato.