De Caracas -- "Ela participou da trama de corrupção orquestrada pelo usurpador Juan Antonio Guaidó, que propiciou o bloqueio criminoso à República Bolivariana da Venezuela, assim como também, o despojo descarado das empresas e riquezas do povo venezuelano no estrangeiro, com a cumplicidade de governos corruptos".
Este é um trecho da sentença da Suprema Corte da Venezuela que inabilitou Maria Corina Machado para disputar as eleições de 2024 contra Nicolás Maduro.
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A engenheira e professora liberal, que propõe privatizar a estatal de petróleo PDVSA e devolver todos os ativos nacionalizados durante os governos de Hugo Chávez, arrasta multidões na campanha presidencial.
Formalmente, o principal candidato da oposição é o ex-diplomata Edmundo González Urrutia. Porém, ele se mantém nos bastidores, participando de encontros fechados com estudantes, empresários e outros apoiadores.
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Quem vai às ruas é Corina, à frente do que foi batizado de "Caravana da Liberdade".
Com 4,5 milhões de seguidores no X, Corina denuncia que o governo está dificultando sua campanha, inclusive fechando estradas de acesso a locais de comícios.
Porém, sustenta que o bloco opositor já conseguiu 270 mil voluntários para compor os chamados "Comandinhos pela Venezuela", que precedem o veículo que traz os integrantes da campanha em carreata e motociata.
É um recurso que foi adotado no Brasil por Jair Bolsonaro: as motos, além do barulho, criam a impressão de movimento e grande presença física.
Os eventos de campanha do bloco tem atraído um público significativo.
DENÚNCIAS CONTRA O GOVERNO
Corina diz que sua inabilitação violou os acordos de Barbados, que tiveram apoio importante do Brasil para "pacificar" a Venezuela.
O governo de Nicolás Maduro lembra que ela foi indicada como suplente da delegação do Panamá na Organização dos Estados Americanos (OEA) para trabalhar pelo governo alternativo do autoproclamado Juan Guaidó, o que a levou a perder o mandato na Assembleia Nacional da Venezuela.
Em outras palavras, teria cometido o equivalente a "traição" ao se aliar aos Estados Unidos.
Corina pretende normalizar as relações do país com os EUA, o que resultaria na retirada das sanções econômicas que estrangulam o país.
Embora o pior da crise econômica da Venezuela tenha ficado no passado, as quedas na energia e as filas para abastecer nos postos de gasolina são um lembrete do período em que o país viveu desabastecimento e imigração em massa.
Corina atribui os problemas à corrupção, incompetência e autoritarismo do chavismo e de Nicolás Maduro.
Promete "libertar e transformar" a Venezuela.
Até agora, os comícios tem produzido imagens animadoras para a oposição, que fala em vitória no 28 de julho.
Pesquisas eleitorais divulgadas pelo governo, no entanto, atribuem a Urrutia porcentagens nunca superiores a 35% dos votos.