De Caracas -- A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodrigues, disse hoje que o governo de Nicolás Maduro espera que o Brasil envie observadores para acompanhar as eleições presidenciais de 28 de julho.
Em entrevista a repórteres brasileiros, ela afirmou que Caracas dará as boas vindas a todos aqueles que quiserem acompanhar o pleito, desde que aceitem a soberania da Venezuela.
No último dia 5, em conversa com Maduro, o presidente Lula reafirmou que o Brasil apoia o processo de paz de Barbados e que a ampla presença de observadores internacionais seria importante para a "confiança" no processo eleitoral.
O TSE, no entanto, não prevê o envio de uma missão da Justiça eleitoral brasileira.
Delcy Rodrigues, falando a repórteres da Fórum, CartaCapital e Brasil de Fato, disse que seu governo aceita a presença de observadores de qualquer país que reconheça a soberania venezuelana.
Isso, em tese, significa o rechaço de delegações oficiais de países envolvidos no bloqueio econômico a Caracas, como Estados Unidos e União Europeia.
"O mundo inteiro está convidado. Quem não está convidado é quem não respeita a autodeteminação da Venezuela. É um Ocidente que se minimiza e que está sendo excluído do mundo novo que está surgindo", disse a vice presidente, afirmando que haverá centenas de observadores.
"O Brasil está convidado, está convidado", ela enfatizou.
BOICOTE DA OPOSIÇÃO
Ontem, nove candidatos ao Palácio Miraflores, inclusive Nicolás Maduro, foram ao Conselho Nacional Eleitoral assinar um memorando pelo qual prometem respeitar os resultados das eleições e reagir a eles de forma pacífica.
Mas o principal candidato da oposição, Edmundo Gonzales Urrutia, não compareceu.
"Quem primeiro viola os acordos é o governo. Temos aí os Acordos de Barbados, que se tornaram letra morta", argumentou Urrutia.
Urrutia lidera o bloco que argumenta que Maduro "escolheu" seus adversários para a corrida eleitoral.
Sobre a rejeição, a vice-presidente alfinetou:
O pais quer tranquilidade. Os agentes econômicos, os empresários, os trabalhadores querem paz. Os que querem violência são uma pequena parte.