Após a saída do técnico Cuca, que ficou apenas duas partidas à frente do Corinthians, o clube se movimenta para contratar um novo treinador. A primeira opção, Tite, que passou os últimos 6 anos na Seleção Brasileira e tem uma trajetória vitoriosa no clube, disse “não” ao Timão.
De acordo com o jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, Tite ouviu as propostas do Corinthians e respeitosamente negou o convite. Antes da negativa, declarou toda a sua gratidão ao Alvinegro.
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O jornalista, que hoje tem uma coluna no Uol, também informou que sequer houve discussão sobre tempo de contrato, como fora noticiado. Aconteceu apenas um convite para que o treinador, o mais vitorioso da história do clube, voltasse para o Corinthians.
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“Tite disse que, neste momento, não pode aceitar. Não se trata de ser liberado por Rose (sua companheira) ou pela família. Tite respondeu que tem uma decisão de vida: descansar”, escreveu PVC em um trecho de sua coluna.
É bem verdade que o treinador pode ir para a Europa, Oriente Médio, Ásia, ou mesmo mesmo dirigir uma outra seleção. Tite ainda não teria batido o martelo sobre seu futuro. O que é certo é que pretende se preservar nesse momento, sobretudo evitando trabalhar no Brasil.
“A questão é descansar e preservar sua imagem depois de 6 anos à frente de todas as câmeras do Brasil. Foi por isso, por uma decisão profissional, que Tite decidiu não trabalhar no Corinthians agora”, finaliza o colunista.
Novo técnico?
O Corinthians vive uma crise esportiva desde 2019, quando levantou seu último troféu, o Campeonato Paulista daquele ano. Para além do quarto ano sem triunfos, que pode abrir uma temida fila, a torcida se desespera com a ausência de um padrão tático e técnico da equipe, que neste período tem trocado de treinador com frequência.
A recente contratação de Cuca cobriria essa carência. A princípio, a diretoria estava disposta a bancar um longo trabalho do treinador que tem um currículo incontestável: é considerado o maior técnico da história do Atlético-MG tendo vencidos campeonatos como a Libertadores de 2013, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil de 2021. No rival Palmeiras, Cuca foi o comandante do título do Brasileirão de 2016, que quebrou um jejum de 22 anos do clube neste torneio. Além destas passagens mais marcantes, também fez ótimos trabalhos em uma série de outros clubes.
Mas o que a diretoria não esperava era que o caso de estupro, ocorrido em 1987 em Berna, na Suíça, quando ainda era jogador do Grêmio, fosse explodir no clube. Não faltaram sinais. Cuca já foi questionado, em escala infinitamente menor, quando treinou recentemente São Paulo, Palmeiras, Santos e Atlético-MG. No Corinthians, clube que se declara o mais democrático do país, a pressão foi sem precedentes.
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Cuca também não se ajudou. Jamais reconheceu o crime ou buscou reparar o dano de alguma maneira. Em sua entrevista coletiva de apresentação ainda teve a ousadia de citar o lema “respeita as mina”, utilizado pelo vitorioso quadro feminino do Timão. Mesmo revertendo a disputa da terceira fase da Copa do Brasil, contra o Remo, na última quarta-feira (26), Cuca deixou o clube.
Após o 'não' de Tite, o Corinthians agora busca nomes como Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes. A imprensa esportiva noticia uma ida de ‘Luxa’ ao Parque São Jorge e uma proposta, que está sendo preparada, para tirar Mano do Internacional de Porto Alegre. Nada confirmado. Resta aguardar as próximas horas, ou dias, para saber quem será o novo técnico do Corinthians.
O problema é que neste sábado (29) a equipe tem um jogo duríssimo pela frente. Em frangalhos, o Timão atravessa a cidade para encarar seu maior rival, o Palmeiras, no Allianz Park. E o Alviverde vive uma das melhores, senão a melhor, fase de sua também centenária história. Todos os prognósticos apontam para uma vitória palmeirense, o que traria ainda mais tensão para o ambiente corintiano. Mas "clássico é clássico e vice-versa", como diria o jargão esportivo, e amanhã tudo pode acontecer.