"A gente vai tratar a cultura com seriedade e respeito, porque um país que não tem cultura, um país que não investe na cultura, não se transforma: o povo não é povo, é massa de manobra. A cultura politiza e refresca a cabeça das pessoas. É por isso que nós acreditamos muito na cultura e investimos na cultura", disse o presidente Lula (PT) em um evento na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (19).
O dia marcou a data de celebração do Cinema Nacional com o anúncio do pacote histórico de investimentos do Ministério da Cultura (MinC) para o setor audiovisual no valor de R$ 1,6 bilhão para 2025. Esse recurso será direcionado à produção de filmes e séries brasileiras e para o desenvolvimento de um streaming nacional. Como explica uma matéria da Fórum.
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Serão R$ 200 milhões para coproduções internacionais. O montante já atraiu 476 projetos de 47 países. Além disso, o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) está direcionando recursos para a expansão e modernização dos Rio Estúdios. A construção de oito novos estúdios e a modernização de outros oito transformarão o local em um centro de produção de padrão internacional, gerando 7,8 mil empregos.
'Formação da identidade do país'
O presidente também destacou que as iniciativas anunciadas representam uma oportunidade para a população brasileira conhecer o cinema nacional. “É preciso valorizar o cinema brasileiro. Precisamos que a cultura se transforme numa indústria que gere oportunidades de desenvolvimento para milhões de pessoas. E o cinema é parte importante da formação da identidade do nosso país. Cada filme brasileiro é uma janela para nossa alma. Nosso cinema é um reflexo do nosso espírito resiliente e criativo do humor a crítica social, ele é a força narrativa da existência cultural. O cinema ensina cultura”, afirmou.
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Lula assinou o decreto que regulamenta a cota de tela em cinemas, conforme estabelecido pela Lei nº 14.814/2024. Essa norma, sancionada em janeiro, restabelece a exigência de exibição comercial de filmes brasileiros até 31 de dezembro de 2033. O objetivo é promover o cinema nacional, exigindo que empresas, a indústria cinematográfica e os cinemas incluam e mantenham em sua programação uma quantidade mínima de filmes brasileiros.
“Retoma uma política que se mostrou exitosa, garantido melhor condição de concorrência para nossa indústria e permitindo que o brasileiro possa se ver nas telas do cinema e da TV”, disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes, também presente na cerimônia ao lado de personalidades do cinema.
O FSA destinou um investimento histórico de R$ 1,3 bilhão para a produção de conteúdo nacional em 2023. De acordo com a ministra, esse montante possibilitou a seleção de 364 filmes e séries, apresentados por 323 produtoras brasileiras. Além disso, a execução de projetos pela Lei Paulo Gustavo obteve 100% de adesão dos estados e 98% de adesão dos municípios, totalizando mais de R$ 2,2 bilhões de investimentos no setor audiovisual brasileiro.
No evento, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda anunciou o retorno do seu apoio ao setor audiovisual brasileiro. A iniciativa, batizada de BNDES FSA Audiovisual, consiste em uma nova linha de crédito com orçamento inicial de R$ 400 milhões. Fruto de uma parceria com o Ministério da Cultura e a Agência Nacional do Cinema (Ancine), o programa tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do setor, focando em áreas estratégicas como:
- Infraestrutura audiovisual: modernização de equipamentos, construção de salas de cinema e outros espaços de exibição;
- Inovação: apoio a projetos que utilizem tecnologias de ponta para a produção, distribuição e exibição de conteúdo audiovisual;
- Acessibilidade: iniciativas que garantam o acesso de pessoas com deficiência à cultura e ao entretenimento;
- Fortalecimento empresarial: apoio a empresas de todos os portes em diferentes elos da cadeia produtiva do audiovisual.