A Cinemateca Brasileira realizou um extenso trabalho de catalogação e recuperação, trazendo de volta cerca de 1, 9 mil filmes de seu vasto acervo. Uma seleção desses títulos já pode ser acessada gratuitamente no site da instituição (acesse aqui), enquanto o restante do material será liberado a partir do mês que vem, no dia 15 de junho.
Em 2021, a administração da Cinemateca Brasileira foi transferida para a sociedade Amigos da Cinemateca, que agora detém a responsabilidade sobre o maior acervo de filmes da América do Sul. Anteriormente, em julho de 2020, a instituição enfrentou uma crise administrativa quando o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) processou o governo federal por negligência do espaço, durante o mandato do então presidente Jair Bolsonaro.
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A Cinemateca Brasileira, que já foi alvo de cinco incêndios - o mais recente em 2021 - e um alagamento, viu roteiros, documentos, cópias de filmes e equipamentos antigos serem destruídos nessas ocasiões, alguns dos quais tinham mais de 100 anos de história. Com o objetivo de restaurar e modernizar o espaço, a iniciativa "Viva a Cinemateca" inclui um projeto que levou dois anos para ser concluído e foi documentado em um livro.
Processo de restauração
"Tem maneiras da gente cuidar para que ele [o filme] não entre em autocombustão. O mais importante de tudo é que esses materiais respirem, então eles têm anualmente uma análise desses materiais pra eles respirarem, para os gases saírem e verificar o nível de deterioração", afirmou ao G1 Luisa Malzoni, que trabalhou no processo de restauração como técnica dos arquivos. Segundo ela, os que se encontram em condições mais precárias são separados para receberem cuidados especiais e serem ventilados.
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"Tem tudo. Tem longa, média, curta, filme publicitário, filme doméstico, filme preto e branco, filme colorido. É um acervo plural".
Um destaque notável do acervo recuperado é a comédia "Apuros de Genésio", de 1940, que apresenta um registro raro de Genésio Arruda, protagonista do primeiro longa-metragem sonoro do cinema brasileiro. O título mais antigo do acervo é um documentário de 1909, intitulado “Festa da Igreja em Santa Maria”. A Cinemateca Brasileira comemorou as restaurações e divulgou a iniciativa em seu perfil no X.