TORTURA E MAUS-TRATOS

Dono de creche é preso em SP e justifica criança amarrada em poste: “Foi uma brincadeira”

Eduardo Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, donos da escola Pequiá, tiveram prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça após denúncias de professores

Criança amarrada a poste na escola Pequiá (esq), Eduardo Kawano (cen) e Andrea Moreira (dir).Créditos: Reprodução
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O casal Eduardo Kawano e Andrea Carvalho Alves Moreira, donos da escola Pequiá, na Zona Sul de São Paulo, foi preso na noite da última terça-feira (27) após as denúncias de tortura contra crianças matriculadas na instituição. A defesa deles negou à imprensa que os clientes tenham cometido os crimes. O casal se entregou às autoridades após negociação, conforme revelou o delegado Fabio Daré, responsável pelas investigações.

“Eles não enxergam os atos ali praticados como tortura. Afirmam que nunca tiveram essa intenção. Nunca foi esse o fundamento da situação. Eles afirmam, principalmente o Eduardo, que ele não via os atos dele como violência, como tortura, como está sendo colocado pelo processo e pela mídia”, declarou a advogada Sandra Pinheiro de Freitas à Folha. Ela está na defesa do casal desde a noite da última terça-feira.

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A advogada acredita que é preciso aprofundar melhor a apuração das denúncias para que se afirme se realmente houve o crime de tortura ou não. Ela aponta é preciso coletar maiores informações sobre o contexto das imagens, sobretudo aquela em que um menino aparece amarrado a um poste, pois na visão dos acusados seriam apenas brincadeiras.

“Ele me relatou que aquele negócio de amarrar as crianças ele via como uma brincadeira. Ele brincava assim quando era criança. O grande problema também é como foi colocada cada foto. Como foi colocado cada vídeo. Tudo isso vai ter que ser analisado no processo. A tortura em si tem um contexto muito complementar. Você precisa ter um ideal muito forte para praticar a tortura. Tem que ter um contexto de redução, de humilhação e toda uma história por trás”, disse a advogada

Kawano e Moreira ainda não foram ouvidos pela polícia. Eles devem cumprir prisão temporária de 30 dias separadamente enquanto o caso é investigado. De acordo com a advogada, por estarem sendo acusados de um crime contra crianças, existe a possibilidade de serem ameaçados fisicamente por outros detentos. Dessa forma ficou decidido que ambos ficarão presos em carceragens separadas, ele no 8o DP do Brás e ela no 6o DP do Cambuci.

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