No período do Golpe de 1964, quando foi instaurada a Ditadura Militar no Brasil, houve uma tentativa (com êxito) dos militares de controlar a Petrobrás, principal estatal brasileira. Isso se daria através da vigilância e punição de funcionários, principalmente sindicalistas, taxados como comunistas e perigosos. Diversos espaços foram transformados em centro de tortura, e as vítimas eram pessoas consideradas “subversivas” pela empresa.
Os funcionários enquadrados dessa forma pela petrolífera, senão perseguidos, foram caluniados e/ou exonerados da empresa, inclusive muitos ainda lutam na Justiça em busca de reparação pela violência que sofreram. Toda a operação foi legitimada pela Comissão Geral de Investigação (CGI). A apuração teve início depois do Golpe com a missão de promover uma “limpeza” em empresas do país.
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Nesse contexto, entre abril e outubro de 1964, período em que a CGI funcionou, 516 trabalhadores da Petrobrás foram demitidos. Mas a violência foi muito além de demissões e punições "administrativas". Alguns funcionários foram presos e torturados. Outros foram prejudicados em relação a futuras nomeações para novos cargos.
O processo seletivo da Petrobrás também passou a contar com ficha, e qualquer novo funcionário, antes de ser admitido, era submetido a isso. Esse documento trazia nome, filiação, numeração de documentos civis, endereço e três referências que poderiam ser procuradas para atestar a identidade.
Além de critérios políticos, a Petrobrás também monitorou a orientação sexual de seus funcionários, viabilizadas pelo compartilhamento de informações de companhias nos momentos de realocações no mercado de trabalho. A norma de discriminação estabelecia pena de detenção de 6 meses a um ano ao militar que praticasse ou permitisse que com ele se praticasse “ato libidinoso, homossexual ou não”.