SEQUESTRO E CÁRCERE

Crianças desaparecidas são encontradas em situação análoga à escravidão no ES

Duas mulheres que estavam com as crianças foram presas. Polícia suspeita de organização criminosa em atuação no estado

crianças desaparecidas foram resgatadas em situação análoga à escravidãoCréditos: Reprodução / Divulgação Guarda Municipal de Marataízes
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A Polícia Civil do Espírito Santo investiga um caso de possível sequestro e cárcere de quatro crianças que foram encontradas em situação análoga à escravidão vendendo doces em bares e semáforos. 

A primeira criança foi localizada na companhia de uma mulher dentro de um bar em Marataízes, no Sul do estado, na última sexta-feira (20). A abordagem foi feita pela Guarda Civil Municipal após denúncia do pai de duas das crianças desaparecidas, ainda no ano passado, em Cachoeiro do Itapemirim.  

No sábado (21), em Piúma, outras três crianças foram resgatadas dentro uma casa onde eram mantidas em cárcere privado e na companhia de outra mulher.

O homem contou à Polícia, que foi avisado que em Marataízes,  uma mulher estava com as crianças com as mesmas características dos filhos dele. Imagens câmeras de videomonitoramento da cidade ajudaram na identificação da mulher. 

Durante a abordagem dos agentes da Guarda, a suspeita teria dado um nome falso e afirmado que não tinha documentos de identificação. Entretanto,  na bolsa dela foi encontrada uma carteira de habilitação.

Com medo da mulher, a criança, que estava com uma caixa de cocadas para venda, também deu um nome falso para os agentes.

Eles foram levados para a Delegacia Regional de Itapemirim, onde o pai reconheceu a criança como sendo um de seus filhos sequestrados.

Durante depoimento, a mulher informou que o outro filho do homem e duas crianças estavam em uma casa em Piúma. Os policiais,  no entanto, foram até o endereço e resgataram as três crianças sendo mantidas em cárcere por uma outra mulher.

Para o secretário de Segurança de Marataízes,  Anderson Gouveia, trata-se de uma organização criminosa com o foco em sequestrar crianças e obrigá-las a trabalhar com venda de produtos em bares e semáforos em municípios do Sul do estado.

"Lá (na casa em Piúma) descobriram que tinha a outra parte da quadrilha, uma mulher com mais três crianças, fazendo o mesmo trabalho, em situação análoga à escravidão. A criança encontrada em Marataízes não estava machucada, mas suja, e todas não estavam sendo muito bem alimentadas", disse o secretário.

O Conselho Tutelar de Marataízes foi acionado e as quatro crianças resgatadas foram encaminhadas para as famílias.

A Polícia Civil não deu mais detalhes sobre a linha de investigação do caso e nem sobre a autuação das mulheres presas.