Um grupo de sete paraguaios foi resgatado do trabalho escravo em uma fazenda de Bela Vista, no Mato Grosso do Sul, em operação do Ministério Público do Trabalho (MPT-MS) divulgada nesta segunda-feira (21).
A ação ocorreu no dia 16, quando os agentes encontraram os trabalhadores expostos a diversas irregularidades há pelo menos oito meses, desde julho do ano passado.
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O grupo, natural da cidade paraguaia Bella Vista do Norte, pernoitava em um barraco de lona, sem água potável, alimentação, energia elétrica, banheiros ou chuveiros.
Eles exerciam a função de cerqueiro, erguendo postes e cercas, para a qual foi ajustado o pagamento de parcos R$ 80 por dia de trabalho.
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Segundo depoimento de um dos trabalhadores resgatados, quando chegaram à fazenda, no ano passado, já havia ali um barraco de lona designado para que o grupo pudesse pernoitar. As necessidades fisiológicas, contou ele, eram realizadas no mato, e para o banho, gelado, era utilizado um balde improvisado.
A água disponibilizada vinha de um poço artesiano da fazenda. Os alimentos eram salgados e preparados ali mesmo, no barraco, em fogareiros artesanais.
A região, na fronteira com o Paraguai, reune ruralistas apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e concentra uma série de flagrantes de trabalho escravo. Das 12 operações de resgate realizadas em Mato Grosso do Sul nos anos de 2020 e 2021, metade delas ocorreu na região.