Íntimo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e saudosista da ditadura militar, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, mostrou mais de uma de suas facetas criminosas nesta quarta-feira (15). Durante programa na sua rádio Massa FM, de São Paulo, Ratinho sugeriu "eliminar" a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) com uma metralhadora.
Ele também atacou a petista com frases machistas e misóginas. “Natália, você não tem o que fazer? Vá lavar roupa, vai fazer algo, a lavar as caixas do seu marido, a cueca dele. Isso é uma imbecilidade. A gente tem que eliminar esses loucos. Não dá pra pegar uma metralhadora?”, disparou o apresentador.
À Fórum, a parlamentar afirmou que o comunicador bolsonarista colocou sua vida e sua integridade física em risco e que, por isso, tomará medidas cabíveis na Justiça. “O apresentador Ratinho utilizou uma concessão pública para me atacar e cometeu crimes ao fazer isso. Vamos acioná-lo judicialmente, inclusive criminalmente”, disse Natália.
Condenado por trabalho escravo
Além de essa não ser a primeira declaração criminosa de Ratinho, tampouco será a única vez em que ele é processado criminalmente. O famoso apresentador foi condenado em 2016 pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pagar multa de R$ 200 mil por manter funcionários em uma de suas fazendas em situação análoga à de escravidão.
A Fazenda Esplanada, que fica em Limeira do Oeste, no interior de Minas Gerais, foi flagrada pelos fiscais do TST desrespeitando normas básicas de boas condições de trabalho. Faltavam equipamentos de segurança, um refeitório adequado e vários trabalhadores estavam em situação irregular.
Para completar, Ratinho ainda é reincidente. Ele já havia sido condenado a pagar multa de R$ 1 milhão pelos mesmos motivos em uma ação da Justiça do Trabalho de Minas Gerais, depois que o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Uberlândia ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) contra ele.
O apresentador é um dos principais fornecedores de cana de açúcar para uma empresa de Limeira do Oeste. “Não existiu trabalho em condição análoga à de escravo”, diz nota do apresentador e produtor rural apresentada à imprensa, “mas restabeleceu a condenação no pagamento de indenização por dano moral coletivo, no valor R$ 200 mil em razão do suposto descumprimento dos aspectos da legislação indicados no item 4”.