Nos cinemas brasileiros desde o dia (19), o filme Pureza, protagonizado pela atriz Dira Paes, vencedor de 28 prêmios nacionais e internacionais conta a história real de Pureza Lopes Loyola que foi em busca de seu filho aliciado por trabalhos análogos à escravidão, desde o Maranhão até o Pará.
A intérprete Dira Paes, vale ressaltar, também é uma atriz extremamente engajada nas políticas sociais, além de apoiar várias ONGs através das quais ela própria já conhecia o histórico de luta da personagem que interpretou.
"Sou maranhense e nunca tinha ouvido falar na história da dona Pureza, mulher forte e guerreira. Incrível como a história dos nossos e verdadeiros heróis não são contadas", diz a atriz em um vídeo publicado no canal Quebrando o Tabu.
"Estamos contando a história de uma heroína brasileira, que existe, que mora em Bacabal, no Maranhão... [sic] E essa mulher é brasileira e através da sua coragem, ela faz as primeiras imagens de trabalho escravo contemporâneo no campo no mundo , porque ela estava em busca do seu filho", ressalta Dira Paes.
Em 1997, Pureza foi agraciada com o Prêmio Antiescravidão em Londres pela Anti-Slavery International, a organização abolicionista mais antiga em atividade.
Dirigido por Renato Barbieri, o longa foi filmado, na maior parte do tempo, na Amazônia e teve como base a cidade de Marabá, no Pará.
A história relata que no interior do Maranhão, dona Pureza trabalha fabricando tijolos ao lado de seu filho Abel. Em busca de uma vida melhor, o rapaz decide tentar a sorte nos garimpos da Amazônia.
No entanto, quando fica meses sem receber notícias do filho, Pureza inicia uma jornada para descobrir o seu paradeiro. Na busca por Abel, a mãe percorre cidades, fazendas e descobre um cruel sistema de aliciamento e cárcere de trabalhadores rurais. Ela testemunha o tratamento brutal aos trabalhadores.
Com coragem para denunciar, Pureza consegue escapar da fazenda e decide procurar as autoridades federais. Sem credibilidade, e lutando contra um sistema forte e perverso, a trabalhadora rural retorna à fazenda para registrar provas e pressionar o governo - sem nunca perder de vista a busca por seu filho Abel.
Tuitaço de alerta
Com o intuito de alertar a população sobre o trabalho escravo ainda presente no Brasil, a produção do longa do diretor Renato Barbieri, promoveu um 'tuitaço' com as hashtags '#NaoAoTrabalhoEscravo' e '#SomosTodosPureza'.
O protesto digital contou com o apoio de 85 entidades abolicionistas engajadas no combate ao trabalho escravo, além de artistas e apoiadores da causa como a protagonista do filme, Dira Paes, as atrizes Camila Pitanga e Patrícia Pillar, os jornalistas Chico Sá e Leonardo Sakamoto, entre outros.