Karla Gascón dá última declaração antes do Oscar após posts racistas

A atriz espanhola Karla Sofía Gascón, ao que parece, definitivamente jogou a toalha após o escândalo da revelação de suas postagens racistas, xenofóbicas e gordofóbicas, publicadas há três anos nas redes sociais. Ela, que nas últimas semanas despontou como a favorita e a queridinha por sua atuação no francês “Emilia Pérez”, filme que disputa 13 indicações ao Oscar, incluindo o de Melhor Filme de Língua Estrangeira e Melhor Filme, caiu em desgraça e passou a ser vista como carta fora do baralho na categoria Melhor Atriz depois das “revelações”.

Diante do “terremoto” que enfrentou nos últimos dias, Karla reagiu de formas diferentes, a depender do momento. Primeiro se desculpou, depois se fez de vítima e, por fim, retirou as desculpas e resolveu partir para o ataque. Agora, numa declaração feita em suas redes sociais, a artista trans disse que vai encerrar o assunto e “ficar em silêncio”, rogando para que sua atitude seja o suficiente para que o público “aprecie” o filme protagonizado por ela.

“Decidi, pelo filme, por Jacques, pelo elenco, pela equipe incrível que merece, pela linda aventura que todos nós tivemos juntos, deixar o trabalho falar por si, esperando que meu silêncio permita que o filme seja apreciado pelo que ele é, uma linda ode ao amor e à diferença. Peço sinceras desculpas a todos que foram feridos ao longo do caminho”, postou a atriz espanhola.

Os tuítes de Karla, insultando e inferiorizando árabes, latino-americanos e até a cantora britânica Adele, que era obesa, fizeram com que todo o meio artístico se revoltasse contra ela. Até a Academia do Oscar, de Hollywood, deixou de seguir a atriz no Instagram, embora tenha evitado entrar diretamente no caso para não parecer que estaria sendo parcial, já que a espanhola disputa prêmios na edição deste ano.

Até a Netflix, realizadora de “Emilia Pérez”, se irritou com os fatos passados que vieram à tona com as postagens de Karla Gascón. A gigante do streaming a removeu do material de divulgação e da campanha do filme para o Oscar 2025. Nos arquivos enviados pelos produtores da obra o nome da atriz não aparece mais sequer nas indicações ao prêmio. O filme já vinha acumulando críticas por conta da forma como retrata a protagonista, que é uma mulher trans, assim como Karla. Na ficção ela é uma líder do crime organizado do México. Lideranças do movimento LGBTQIAP+ dizem que tal retratação reforça o preconceito e “dá mais munição para a transfobia”.