A Netflix tomou uma postura drástica contra a atriz espanhola Karla Sofía Gascón, estrela principal do filme francês “Emília Perez”, que disputa o Oscar deste ano em 13 categorias, incluindo a de melhor atriz, justamente com Karla. Ela se envolveu num espiral de escândalos sucessivos nas últimas semanas após ter tuítes de 2020 e 2021 resgatados por jornalistas e por internautas nos quais disseminada discursos racistas, xenofóbicos e gordofóbicos.
A gigante do streaming, que produziu o longa, removeu Karla do material de divulgação e da campanha de “Emília Perez” para o Oscar 2025. Nos arquivos enviados pelos produtores da obra o nome da atriz não aparece mais sequer nas indicações ao prêmio. O filme já vinha acumulando críticas por conta da forma como retrata a protagonista, que é uma mulher trans, assim como Karla. Na ficção ela é uma líder do crime organizado do México. Lideranças do movimento LGBTQIAP+ dizem que tal retratação reforça o preconceito e “dá mais munição para a transfobia”.
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Karla ficou numa posição complicada e vem se enrolando cada vez mais na tentativa de reverter o escândalo. Primeiramente, ela atacou a equipe de divulgação de “Ainda Estou Aqui”, do Brasil, dirigido por Walter Salles e que tem Fernanda Torres também como indicada a melhor atriz no Oscar deste ano, portanto, sua adversária. Depois, a artista espanhola resolveu se desculpar e adotar o discurso de que “errou” e que “todo ser humano pode melhorar”. Por fim, retirou as desculpas e partiu para o ataque nos últimos dias, passando a disparar contra quem denunciou suas mensagens racistas e xenofóbicas do antigo Twitter.