Atual participante do Big Brother Brasil (BBB 24), a influencer digital do TikTok, Vanessa Lopes vem chamando a atenção da web e dos brothers na casa. Desde a noite da quarta-feira (17), a influenciadora começou a apresentar pensamentos confusos e deu início a uma série de teorias da conspiração, entre elas, a de que há um grande complô entre os brothers e até mesmo da produção do programa contra ela.
Em um desses momentos, a sister chega a comentar que o livro 1984, do escritor britânico George Orwell, foi inspirado no reality show, quando na verdade foi o contrário."O livro que é baseado nesse programa: 1900 e não sei o quê. Recebi de uma pessoa que eu ficava, de Recife, que mandou para mim o livro", disse Vanessa. Veja o vídeo:
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O clássico, escrito em 1949 no começo da Guerra Fria, deu o nome, e apenas ele, ao primeiro programa. Em uma entrevista concedida à revista Veja em 2003, John de Mol revelou que a concepção do programa também se originou de um dos fracassos científicos do século 20.
No Brasil, as televisões ainda estavam chegando em 1950, e o meio de comunicação ainda começava a ganhar popularidade nos Estados Unidos e na Europa - o pioneiro Big Brother, por exemplo, foi em 1999 na Holanda.
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Um clássico da literatura
As obras de ficção do autor, notadamente 1984 e A Revolução dos Bichos, figuram nas listas de livros mais vendidos no Brasil. Orwell é o único autor do século passado presente entre os best sellers no país, e nesta quinta-feira (18) voltou a ser um dos mais pesquisados. Mas por que Vanessa Lopes associou o livro com o programa?
No livro, o escritor concebeu um cenário distópico, ambientado no então futuro distante de 1984, onde a Terra, devastada por uma guerra mundial, era controlada por três superestados totalitários. A Oceania abarcava o que antes era o Reino Unido, as Américas, Austrália, Nova Zelândia e parte da África. Nesse mundo opressivo, o Partido governa, sendo o Big Brother (Grande Irmão) o seu líder supremo.
Através de uma vigilância incessante de diversas telas e câmeras, o Partido elimina aqueles que não se conformam com o regime, valendo-se para isso da Polícia do Pensamento. Pessoas capturadas são transformadas no que ele chama de "não-pessoas", com todos os registros de sua existência desaparecendo, enquanto os prisioneiros são submetidos a práticas brutais de "reprogramação". A crítica do livro se direcionava às guerras do século XX, principalmente as promovidas pelo nazismo e o fascismo no mundo, com críticas à ascensão de sistemas totalitários.
Muitos especialistas, leitores e estudiosos indicam que a obra, muito mais que inspiração ao reality, serve de “olho” para interpretação de desgovernos ao redor do mundo, como o do ex-presidente Bolsonaro, por exemplo, e outros que, embora estejam em democracias, ainda sofrem com a sombra de políticas reverentes à ditadura e à supressão de direitos. Nesta matéria produzida pela Fórum, é possível conhecer mais sobre as obras-primas de George Orwell.