O apresentador Danilo Gentili, em seu programa "The Noite" do SBT, nesta quarta-feira (26), fez uma revelação que pegou todos os telespectadores de surpresa: ele disse que foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O assunto surgiu durante entrevista com a jornalista Amanda Ramalho, que tem autismo e obteve diagnóstico tardio da condição. Segundo Gentili, a descoberta de que é autista veio há aproximadamente 1 ano.
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“Sabia que eu também fui [diagnosticado]? Tem um ano e pouco e eu fiz teste e me diagnosticaram com nível de espectro autista. Me falaram que eu precisaria fazer outros exames de acompanhamento para ver qual era o nível, mas eu não quis. Se eu sou autista não quero saber, já sou assim e já era”, revelou o apresentador.
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O que é o autismo
Autismo é como se denomina o conjunto de condições e funcionamentos mentais e psíquicos que apresentam determinadas características. Estima-se, a partir de dados da Center of Diseases Control and Prevention, dos Estados Unidos, que no Brasil haja cerca de dois milhões de pessoas com autismo. De acordo com o instituto, há uma média de 1 caso a cada 110 pessoas nos EUA – transportando a média de lá para a população daqui, chega-se ao número estimado. O que se sabe, de forma mais precisa, é que só no estado de São Paulo há mais de 300 mil casos registrados.
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Fórum conversou a psicanalista Fátima Batistelli, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo e especialista em tratamento de crianças com autismo, para compreender melhor a questão.
Fátima explica que antes se falava em autismo e em asperger, mas a partir da criação do CID11, uma classificação diagnóstica da Organização Mundial de Saúde, tudo foi colocado dentro da mesma denominação, o próprio CID11, que se refere ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Em resumo, o TEA se refere a uma série de características que essas várias síndromes e condições têm em comum.
“Vai desde uma coisa mais leve, o Asperger, por exemplo, que ficaria num autismo mais leve, vamos chamar assim - até as coisas mais severas. Todos vão compartilhar algumas coisas em comuns. Entre elas, a possibilidade de ser empático é mais difícil para esses indivíduos pela dificuldade que apresentam de se colocar no lugar do outro”, diz a psicanalista, mas pondera que isso não significa que sejam pessoas maldosas.
Pelo contrário, são pessoas que apresentam dificuldades de ler reações externas, de ver no outro situações que poderiam ser, também, percebidas em si mesmas. Nada tem a ver com a chamada falta de empatia ‘comum’ que, segundo a especialista, parece estar faltando na humanidade como um todo.
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