O mundo da ciência pode ter chegado a novas descobertas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Utilizando da tecnologia dos “minicérebros” – modelos tridimensionais em miniatura semelhantes ao cérebro, chamados de organoides, e feitos com células-tronco – cientistas descobriram como o autismo se desenvolve geneticamente.
Dois estudos divulgados no último mês encontraram resultados semelhantes. O mais recente, publicado na revista Nature na última quarta-feira (13), foi realizado por pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ), na Suíça, e do Instituto de Biotecnologia Molecular (IMBA), na Áustria.
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Esses cientistas conseguiram rastrear um conjunto de 36 genes associados ao aparecimento do TEA. Foi possível identificar os efeitos que essas mutações têm nas células e como elas impactam o desenvolvimento cerebral.
As alterações genéticas típicas do autismo afetam tipos de células que dão origem aos neurônios, o que, para os pesquisadores, significa que “ocorrem alterações moleculares numa fase inicial do desenvolvimento do cérebro fetal que, em última análise, levam ao autismo”. Segundo o estudo, alguns tipos de células são mais suscetíveis e vulneráveis às mudanças do que outras.
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Um outro estudo, publicado no dia 10 de agosto na revista Nature Neuroscience, também utilizou as organelas popularmente conhecidas como “minicérebros” para pesquisar o autismo.
Cientistas da Universidade de Yale e da organização sem fins lucrativos Mayo Clinic descobriram que as raízes do TEA podem estar associadas a um desequilíbrio de neurônios específicos que exercem uma função crítica na forma como o cérebro se comunica e funciona.
A ideia é continuar pesquisando sobre o tema, para que os tratamentos possam ser mais efetivos.
O que é o TEA
É importante salientar que não é correto falar em uma “cura” para o TEA, uma vez que ele não é uma doença.
O Transtorno do Espectro Austista é, como diz o nome, um espectro, que engloba autismo, síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância e uma forma não específica de transtorno invasivo do desenvolvimento. Essas são condições neurológicas com diferentes sintomas e intensidades.
Uma pessoa com TEA têm formas de interação e percepção social diferentes daquelas de pessoas neurotípicas.
*Com informações de Medicina S/A e Byte