NEUROATÍPICOS

Autismo: novas descobertas podem revelar como o transtorno se desenvolve

Cientistas utilizam tecnologia dos “minicérebros” para pesquisar sobre o TEA

Imagem IlustrativaCréditos: Milad Fakurian/Unsplash
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O mundo da ciência pode ter chegado a novas descobertas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Utilizando da tecnologia dos “minicérebros” – modelos tridimensionais em miniatura semelhantes ao cérebro, chamados de organoides, e feitos com células-tronco – cientistas descobriram como o autismo se desenvolve geneticamente.

Dois estudos divulgados no último mês encontraram resultados semelhantes. O mais recente, publicado na revista Nature na última quarta-feira (13), foi realizado por pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ), na Suíça, e do Instituto de Biotecnologia Molecular (IMBA), na Áustria.

Esses cientistas conseguiram rastrear um conjunto de 36 genes associados ao aparecimento do TEA. Foi possível identificar os efeitos que essas mutações têm nas células e como elas impactam o desenvolvimento cerebral.

As alterações genéticas típicas do autismo afetam tipos de células que dão origem aos neurônios, o que, para os pesquisadores, significa que “ocorrem alterações moleculares numa fase inicial do desenvolvimento do cérebro fetal que, em última análise, levam ao autismo”. Segundo o estudo, alguns tipos de células são mais suscetíveis e vulneráveis às mudanças do que outras.

Um outro estudo, publicado no dia 10 de agosto na revista Nature Neuroscience, também utilizou as organelas popularmente conhecidas como “minicérebros” para pesquisar o autismo.

Cientistas da Universidade de Yale e da organização sem fins lucrativos Mayo Clinic descobriram que as raízes do TEA podem estar associadas a um desequilíbrio de neurônios específicos que exercem uma função crítica na forma como o cérebro se comunica e funciona.

A ideia é continuar pesquisando sobre o tema, para que os tratamentos possam ser mais efetivos.

O que é o TEA

É importante salientar que não é correto falar em uma “cura” para o TEA, uma vez que ele não é uma doença.

O Transtorno do Espectro Austista é, como diz o nome, um espectro, que engloba autismo, síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da infância e uma forma não específica de transtorno invasivo do desenvolvimento. Essas são condições neurológicas com diferentes sintomas e intensidades.

Uma pessoa com TEA têm formas de interação e percepção social diferentes daquelas de pessoas neurotípicas.

*Com informações de Medicina S/A e Byte