A atriz Letícia Sabatella revelou em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, nesse domingo (17), que foi diagnosticada, aos 52 anos, com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A atriz falou sobre o quanto esta descoberta tem relação com diversas percepções que teve ao longo da vida.
"Muito barulho me incomoda, parece agressão", diz ela. "Gosto muito do toque, mas se pessoa fica raspando uma mão na outra por muito tempo... já peço para parar."
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Letícia contou também que tinha muita dificuldade de se enturmar na escola durante a infância. Ela disse também que nunca entendia a razão do afastamento de colegas.
"Todas as vezes que explodia ou aconteceu algo sempre teve gatilhos fortes. Ou tem a ver com cansaço ou com ansiedade... mas nessas situações realmente que senti uma injustiça, mas vontade de não ter reagido daquela maneira."
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Mesmo sem ter o diagnóstico, a atriz conta que sempre buscou estudar e se formar em diferentes assuntos, sendo muito chamada por amigos de "sonhadora e idealista". "Em algumas situações, mais abusivas, até era tachada de louquinha."
O caso de Letícia não é incomum. Identificar o TEA na fase adulta auxilia no autoconhecimento e facilita a construção de um dia-a-dia com mais bem-estar e conforto, conforme as demandas individuais da pessoa.
Transtorno do Espectro Autista
O Transtorno de Espectro Autista (TEA) atinge cerca de 70 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Mesmo assim, as pessoas que possuem este transtorno passam por diversas situações preconceituosas e discriminações, relacionados principalmente à falsa percepção de que são incapazes de conviver em sociedade.
Frases como “você não tem cara de autista” são constantemente repetidas por pessoas que não têm nenhuma instrução sobre o assunto. Essa frase se tornou trend em vídeos do TikTok e Instagram, onde várias pessoas dublam o áudio: “você não parece ser autista / isso é porque eu sou linda / você não deveria dizer isso / oh, eu disse algo socialmente inapropriado? que “não-muito-autista da minha parte” como forma de ironizar o estigma e demonstrar a diversidade entre as pessoas que são diagnosticadas com TEA.
Canabis auxilia no tratamento
O plantio de cannabis, a famosa maconha, por pacientes cadastrados e para fins medicinais foi aprovado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última quarta-feira (13). Embora a planta seja rica em ativos e substâncias que podem ser utilizados em diversos tratamentos, as propriedades da maconha não eram muito exploradas no Brasil, antes da decisão.
A cannabis começou a ser utilizada para auxiliar a medicina oriental na China, com a descrição de uso da planta datada para mais de dois mil anos antes de Cristo. A maconha já possuía a ação anti-inflamatória e analgésica atribuída a ela desde aquela época.
As protagonistas pelos benefícios à saúde são as substâncias canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC). Com ações distintas no organismo humano, a cannabis pode ajudar pacientes que possuam o mal de parkinson, atletas de alta performance e até combater a epilepsia.
Autismo
Alguns estudos científicos já comprovaram que o CBD, substância sem ação psicoativa, pode ajudar pessoas que sejam diagnosticadas com TEA.
Além da utilização para auxiliar questões psiquiátricas, o CBD também já se mostrou capaz de influenciar positivamente contra a epilepsia, uma condição frequentemente enfrentada por pessoas que possuem autismo.
No entanto, as pesquisas costumam levar em consideração pequenos grupos de pessoas e o preconceito mundial com a planta dificulta o aprofundamento desse tipo de estudo, portanto não há maiores informações sobre o potencial da cannabis para auxiliar pacientes com TEA.