GUERRA NAS REDES

Irã denuncia censura de Israel para esconder "derrota"

Derrubada de postagens e fazendas de robôs, sustenta Teerã

Israel torra U$ 200 mi diários em interceptadores, segundo o Irã.
Infalível?.Israel torra U$ 200 mi diários em interceptadores, segundo o Irã.Créditos: Wikipedia
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O Irã denunciou que Israel está censurando a mídia, inclusive correspondentes internacionais em Tel Aviv, para esconder "ganhos estratégicos" de Teerã na guerra aérea.

Os ganhos estão ligados à capacidade de mísseis iranianos de escapar do multifacetado sistema anti-mísseis de Israel, que inclui os chamados Domo de Ferro, Estilingue de Davi e Arrow.

A denúncia, apresentada pelo diário Teerã Times, porta-voz em inglês do regime dos aiatolás, afirma que no dia 17 de junho o brigadeiro-general israelense Kobi Mandelblit determinou, no contexto do operação Leão Ascendente, que é crime informar sobre impactos de mísseis próximos a instalações militares ou localizar acertos em prédios ligados à segurança pública.

Diz o jornal que:

Ao mesmo tempo a decisão torna ilegal qualquer menção ao lançamento de interceptadores ou imagens do impacto de mísseis, inclusive em postagens em redes sociais, a não ser que com aprovação estatal prévia.

No dia 19, a polícia de Haifa impediu que equipes de reportagem continuassem a trabalhar no registro de ataques à refinaria de petróleo ou ao sistema de energia, inclusive confiscando câmeras e cartões de memória.

Haifa é o principal porto de Israel, responsável por 40% das importações do país.

Israel estaria conduzindo os repórteres apenas a coberturas "que interessam".

"Arquitetura do silêncio"

Sempre de acordo com os iranianos, Israel está colocando em prática uma "arquitetura do silêncio" e apertando o cerco contra emissoras como a Al Jazeera, baseada no Catar, cujos repórteres já haviam sido banidos do país.

Nos necrotérios subterrâneos dos hospitais militares de Israel, enfermarias superlotadas com feridos estão sendo escondidas do público.

O texto não oferece provas. Cita o analista egípcio Bashir Abdelfatah, que fala que "há segredo e censura sobre mais de mil feridos".

Por outro lado, sempre segundo os iranianos, há uma grande campanha de desinformação. A Meta teria processado mais de 90 mil pedidos de Israel para derrubar postagens em 24 horas, usando o algoritmo para empurrar conteúdo oficial de autoridades de Israel.

Uma rede de robôs digitais conhecida como Hazbara 2.0 estaria voltada a atacar críticos de Israel com acusações de antissemitismo.

A empresa israelense Percepto International teria sido convocada para usar robôs de Inteligência Artificial como se fossem gente de verdade, ajudando a influenciar a opinião pública do Ocidente e evitando perguntas sobre os custos humanos da guerra.

De acordo com o diário, ex-integrantes da Unidade 8200, ligados à inteligência de Israel, estariam pautando publicações importantes, como a agência Reuters, o Wall Sreet Journal e o Axios.

O objetivo central é vender a campanha militar contra o Irã antecipadamente como "vitoriosa" e diminuir o fato de que os mísseis iranianos acabaram com a imagem de invulnerabilidade de Israel.

De acordo com a publicação, para enfrentar os ataques Israel está gastando U$ 200 milhões por dia em mísseis interceptadores.

O Irã admite que Israel matou 330 iranianos e feriu mais de 1.800 desde que iniciou a ofensiva, na sexta-feira da semana passada.

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