Nove dias após vencer o Boca por 4 x 2 - algo que parecia impossível há alguns anos - o Fortaleza comemorou três anos contínuos de trabalho de Juan Pablo Vojvoda, algo também inusitado.
Em três anos, o argentino consolidou as conquistas de Rogério Ceni, que dirigiu o clube de 2917 a 2019, com uma saída de um mês para o Cruzeiro. Com Ceni, o Fortaleza venceu a Série B, duas vezes o Cearense e a Copa do Nordeste. Vojvoda ganhou três vezes o Cearense e uma Copa do Nordeste.
O ótimo trabalho rendeu convites a Ceni, que saiu para o Cruzeiro e depois o Flamengo, onde venceu a Série A. Vojvoda também recebeu convites, mas é irredutível e não aceita sair.
Ele pode vencer a Sulamericana em 2024 - no ano passado perdeu a final para a LDU de Zubeldia, atualmente no São Paulo. Seria um título inédito, o primeiro internacional, marcado para sempre na história do clube.
E onde mais o Fortaleza pode chegar? A lugar algum. Não vencerá o Brasileiro e nem a Libertadores. Copa do Brasil? Talvez.
Na minha opinião, Vojvoda não deve se iludir com clubes famosos mas que não tem a estrutura e nem uma direção competente como a do Fortaleza. Duraria pouco, como Ceni, traído por uma panela de jogadores, durou no Cruzeiro.
Mas, e o Flamengo? Ceni aceitou o desafio e venceu. E o Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Galo, Grêmio e Inter. Se fosse Vojvoda, aceitaria, mesmo se, depois me arrependesse e pensasse: "eu era feliz e não sabia".
É hora de pensar grande, ou será que Vojvoda e o Fortaleza podem ir mais longe que a Sulamericana?