Dois clubes gigantes de São Paulo tiveram atitudes controversas em relação à Imprensa.
O São Paulo soltou uma nota truculenta e desproporcional contra o repórter Gabriel Sá, que publicou uma informação errada e a corrigiu o mais rapidamente possível, uma hora antes de ver seu nome jogado à sanha de 4,7 milhões de seguidores do clube no twitter.
A nota foi um tiro de canhão que acertou o pé do São Paulo. A grande maioria ficou a favor do repórter. Foi também uma nota que ofuscou totalmente notícias como a chegada de Ferreirinha e das mudanças no Sócio Torcedor.
Fica difícil agora os áulicos reclamarem de agenda negativa.
O Palmeiras resolveu que apenas mulheres poderiam participar da primeira coletiva de Leila Pereira no ano. É uma medida restritiva pois impede o trabalho de jornalistas homens. Toda restrição é errada, seja com homens, mulheres, transexuais, intersexo, gordos, carecas ou pretos.
Há quem argumente que é normal haver coletivas com a presença apenas de homens. É verdade, mas nessas coletivas não é proibido a presença de mulheres.
A coletiva feminina do Palmeiras seria então uma maneira de conscientizar as imprensas de comunicação a contratarem mais mulheres? Mas quantas mulheres trabalham na assessoria de comunicação do Palmeiras? Quantas diretoras tem o Palmeiras? A diretoria de futebol feminino é comandada por um homem. E o basquete feminino do Palmeiras? Não existe.
Minha amiga Marluci Martins, companheira de tantas coberturas da seleção brasileira, sempre presente nos quebra-queixos em que dez ou mais repórteres esticam seus microfones em busca de uma frase considerou a coletiva só de mulheres "uma esmola". Tem lugar de fala.
Ao fim e ao cabo, as atitudes dos dois clubes fazem parte de um processo de deter a narrativa da informação. Jornalistas são proibidos de frequentar o clube. Coletivas são restritivas. O clube define quem tem acesso à informação etc.
O jornalismo está sitiado