SÉRIE B

Santos: que a crônica de uma queda anunciada não desague em cem anos de solidão

Os sinais estavam dados há tempos, mas Andrés Rueda, presidente do clube, viu o tempo passar na janela e não conseguiu reagir.

Santos vai precisar muito de sua torcida para reagir na Série B.Créditos: Reprodução Twitter/Santos
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Meu amigo Chico Silva, sempre ponderado e isento de paixão, avisou no dia anterior: o Santos dependeria de outro alvinegro para escapar do rebaixamento. Bastaria o Atlético empatar com o Bahia em Salvador que o seu querido Peixe se manteria na Série A. Ele, atento aos sinais, não apostava um chickabon na vitória santista contra o Fortaleza. E foi o que se viu. O Santos perdeu em casa para o Fortaleza, o Vasco venceu o Bragantino e o Bahia meteu 4 x 1 no Galo, que de salvador não teve nada.

A queda do Santos era anunciada. Recentemente, pelos últimos quatro jogos. Dois empates - São Paulo em casa e Botafogo fora - e duas derrotas - Fluminense em casa e Furacão fora - ambas por 3 x 0. Sobrou a última rodada para o tudo ou nada. E deu nada, com o 2 x 1 contra o Fortaleza. Com Lucero fazendo o gol que Pelé não fez. No ano que Pelé morreu.

Mas os sinais vinham de mais tempo. No último Brasileiro, o Santos fez 47 pontos. No penúltimo, 50. E ficou fora da fase decisiva dos dois últimos campeonatos paulistas. Era preciso reagir com a rapidez de um guepardo, mas Andrés Rueda comportou-se como um bicho-preguiça. O único que fazia era trocar de treinador. Odair Hellmans, Paulo Turra, Diego Aguirre e Marcelo Fernandes, quando o bote já estava virando. Ele começou bem, com três vitórias seguidas, Ao final, conseguiu 22 pontos em 15 jogos. O mesmo número que seus antecessores conseguiram em 23 jogos. Faltou força no momento decisivo.

No sábado, dia 9 de dezembro, cinco candidatos disputam a eleição do Santos. O vencedor comandará o clube na Série B, pela primeira vez em sua vida gloriosa. É fundamental que o acesso seja já no primeiro ano, mesmo com a diminuição de cotas e com dificuldades financeiras. 

É hora de arrecadar um bom dinheiro com a saída de Marcos Leonardo, liberar jogadores como Soteldo, que ganham muito, fazer contratações acertadas e subir para tentar não cair jamais. A solidão na Série B precisa ser rápida, cada ano por lá valem por cem.