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Cartão corporativo de Bolsonaro é pior que batom na cueca

Bolsonaristas gostam de cantar “eu vim de graça” nos eventos de Bolsonaro, mas agora se descobre que na verdade eles é que são os mortadelas: R$ 754 mil em lanches na eleição e R$ 1,14 milhão em hotéis com dinheiro público

Créditos: Reprodução/Facebook
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O UOL revela a partir de notas fiscais que o então presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro pagou ao menos 21.447 lanches com cartão corporativo em viagens de campanha durante o mês de agosto a outubro. Os comprovantes incluem outras 5.075 compras de refeições, num valor total de R$ 754 mil.

Mas não foi só isso. Os gastos do cartão corporativo com hotéis nesse período de campanha somaram R$ 1,14 milhão. Outros cerca de R$ 136 mil bancaram despesas como serviço aéreo (refeições), montagem de "cercadinhos" e combustível em agendas eleitorais. Isso é crime eleitoral. Esses custos deveriam ser pagos com verbas do partido ou coligação pela qual Bolsonaro disputava reeleição, e não com dinheiro público.

A alegação da tropa de Bolsonaro é que os lanches foram comprados para alimentar apenas a equipe de segurança e assessores do presidente-candidato, mas ela girava em torno de 20 pessoas nessas viagens. O que torna absolutamente absurdo os gastos de R$ 754 mil reais. Cada pessoa teria que ter comido praticamente 40 mil reais durante este período só em lanches.

É batom na cueca total. É crime eleitoral dos mais fáceis de comprovar. Não existe como dizer que isso foi engano ou erro de contador.

Se isso não for suficiente para que ele seja punido com a inelegibilidade por no mínimo 8 anos instaura-se o vale tudo nas próximas eleições. Todos os candidatos à reeleição se acharão no direito de fazer o mesmo ou pior.

Não é uma questão de clima ou correlação política a inelegibilidade de Bolsonaro. É questão de defesa da democracia. Ou se faz justiça ou vai valer tudo.