DISPUTA

Escritora vai à Justiça contra Gabriela Duarte; entenda

Anna Lee, por intermédio de seus advogados, enviou uma notificação judicial para a filha de Regina Duarte

Gabriela e Regina Duarte.Créditos: Reprodução/Instagram
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A atriz Gabriela Duarte está com problemas às vésperas de seu retorno aos palcos, depois de seis anos. Ela está sendo acusada pela jornalista e escritora Anna Lee de descumprir um acordo de direito autoral para tradução e adaptação para o teatro do conto feminista “O Papel de Parede Amarelo”, da romancista estadunidense Charlotte Perkins Gilman.

Tudo começou quando Anna sugeriu a Gabriela transformar a obra da escritora em monólogo. A filha de Regina Duarte gostou da proposta, porém, posteriormente, teria se apossado da ideia, deixando de cumprir os acertos firmados com a roteirista, de acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.

Gabriela confirmou a informação de que foi Anna Lee quem apresentou o conto a ela. Alegou que já pagou pelo roteiro escrito pela autora, mas decidiu não utilizar o texto da roteirista.

“Após analisar o material adaptado, percebi que não correspondia exatamente à visão que eu tinha para a peça”, relatou Gabriela, à coluna.

A atriz destacou, ainda, que o livro de Charlotte está em domínio público, e que vai mencionar o nome de Anna nos agradecimentos do espetáculo. A estreia de “O Papel de Parede Amarelo e Eu” está prevista para o dia 28 de março, no Teatro Estúdio, em São Paulo.

Apesar da justificativa, Anna Lee, por intermédio dos seus advogados, enviou uma notificação extrajudicial para Gabriela, exigindo o cumprimento do acordo com os pagamentos devidos e que seja dado o crédito à roteirista na divulgação do espetáculo para a imprensa.

A escritora ressaltou que pesquisa sobre o livro de Charlotte Perkins Gilman desde 2016, quando foi lançado no Brasil. Em 2021, ela e Gabriela se conheceram, por meio de um agente. Anna mostrou o conto para a atriz e deu a ideia para adaptação ao teatro. Gabriela aceitou e o projeto, inicialmente, seria dirigido por Clarice Niskier, com supervisão de Amir Haddad.

Entretanto, a realização do espetáculo foi adiada e retomada somente em 2024, quando Anna teria sido informada de que não fazia mais parte do projeto, agora sob direção de Denise Stoklos e Alessandra Maestrini.

Direito a 10% da bilheteria

A roteirista confirmou ter recebido R$ 15 mil pela adaptação. Contudo, segundo a notificação extrajudicial, o acordo previa, também, que ela teria direito a 10% da bilheteria. Mas, durante reunião no início de 2025, a roteirista foi informada por Gabriela de que não receberia nada da venda de ingressos.

Os advogados de Anna Lee disseram que a peça foi inscrita no site do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), a Lei Rouanet, com o nome de Anna Lee como autora da adaptação para o teatro.

Gabriela rebateu dizendo que o projeto está em fase de readequação de diversos itens e insistiu que o roteiro da escritora “não foi utilizado” na proposta apresentada para a captação de recursos por meio da lei de incentivo. “A versão atual não contempla mais a adaptação de Anna Lee”, completou Gabriela.

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