TRANSTORNO MENTAL

Borderline? O que alega a defesa da influencer acusada de tortura com maçarico

Com mais de um milhão de seguidores, Vitória Guarizo teria roubado R$ 40 mil de vítima com uso de violência

Vitória Guarizo foi presa na 27º DP de São Paulo, em 25 de julho.Créditos: Reprodução/Twitter
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A defesa da influenciadora Vitória Guarizo anexou ao inquérito laudos médicos que ela sofre de transtorno mental agravado pelo uso de drogas e substâncias psicoativas. Vitória é suspeita de ter dopado, torturado e roubado um homem de 46 anos. 

De acordo com o laudo assinado pela Clínica Camila Magalhães, Vitória estava em tratamento psicológico e psiquiátrico há mais de dois anos. O relatório é datado em 31 de julho, seis dias após sua prisão por suspeita.

O que diz o relatório?

"É possível afirmar hoje, com base nas consultas realizadas, que a paciente apresenta Transtorno de Personalidade Borderline grave (...), transtorno mental e comportamental devido ao uso de múltiplas drogas e ao uso de substâncias psicoativas em padrão provável de dependência."

O Transtorno de Personalidade Borderline é um comportamento marcado por dificuldade em desenvolver relações harmônicas e a tendência de sempre estar no limite emocional – episódios de impulsividade, por exemplo.

O documento relata que a paciente teria gravidade elevada e deve seguir com as consultas psiquiátricas regulares e seguimento psicoterápico, sem previsão de alta médica.

Conforme indicado no relatório, a criadora de conteúdo digital comparecia às sessões com irregularidade e "tinha dificuldade em lidar com a transfobia". A influenciadora ganhou destaque na mídia ao documentar sua transição de gênero em vídeos publicados no seu canal do YouTube. Em uma reportagem publicada pelo site EGO, em 2016, ela conta que, durante a pré-adolescência, percebeu não se identificar como homem.

Internações de Vitória

A defesa ainda anexou laudos de quatro internações no Hospital Albert Einstein dos últimos dois anos. As internações teriam sido acompanhadas de uso controlado de medicamentos para ansiedade.

As internações também teriam sido ligadas ao uso de drogas. Em uma delas, ela teria usado cocaína, mas negado o consumo, "embora tenha pó branco na narina", diz o relatório.

Em outra, admitiu o uso de drogas sintéticas e disse receber acompanhamento profissional. "Refere estar incomodada com a abordagem da equipe por estar sendo questionada de forma repetida a respeito das medicações de uso contínuo", informa o laudo.

Entre 26 e 29 de maio, Vitória teve sua última internação, quando teve perda acentuada de peso sem uma causa específica. O sintoma foi acompanhado por dor lombar, febre, náusea e vômitos.

A suspeita de crime

Em 25 de julho, Vitória e seu namorado, Gabriel Meneses, foram presos por suspeita de dopar, roubar e torturar um homem. "A investigação apontou que os dois presos na operação participaram de um roubo em maio no qual obrigaram um homem a ingerir substâncias psicotrópicas e usaram métodos de tortura para fazê-lo transferir cerca de $ 40 mil", explicou a nota da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Na apreensão, a Polícia Civil encontrou porções de maconha, haxixe, cocaína e psicotrópicos, que podem ter sido usados para dopar a vítima. As drogas estavam na residência de Vitória "com o propósito único e exclusivo de utilizarem na prática de roubo, na modalidade Boa Noite, Cinderela", conforme o boletim de ocorrência.