Dias após o Haaretz, um dos principais jornais de Israel, divulgar que um helicóptero do governo sionista de Benjamin Netanyahu assassinou parte dos judeus mortos em rave onde ocorreu a ação do Hamas, o ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, divulgou um plano para calar e, se possível, fechar o diário que foi fundado em 1919 em Jerusalém.
Em publicação no X, antigo Twitter, Karhi, que é membro do partido Likud, de Netanyahu, classifica a cobertura do jornal sobre o genocídio em Gaza como "propaganda derrotista e falsa, e incitamento contra o Estado de Israel durante a guerra" e anuncia que apresentou uma proposta para cortar todos os recursos publicitários do governo no periódico controlado pela família Schocken, que tem laços históricos com o movimento sionista.
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"À luz da distribuição consistente de "propaganda derrotista e falsa, e incitamento contra o Estado de Israel durante a guerra" no jornal Haaretz, apresentei agora ao governo uma proposta de resolução para parar o financiamento do jornal Haaretz, incluindo a cessação da publicação e das taxas de assinatura de todos os usuários do serviço estatal, incluindo as IDF, polícia, SHBS, repartições governamentais e qualquer empresa governamental", escreveu o mininstro.
Para embasar a medida, Karhi citou um levantamento da ONG Perspectiva que, segundo ele, "acompanha há anos a acção consistente do 'Haaretz' contra Israel e expõe as mentiras e conspirações que perpetra sobre Israel quase todos os dias". A organização é uma das dezenas de entidades sionistas que monitoram a mídia israelense e mundial.
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O editor do Haaretz, Amos Schocken, respondeu à proposta de Karhi dizendo: “Se o governo quer fechar o Haaretz, é hora de ler o Haaretz”. O veículo também aproveitou para lançar uma campanha para arrecadar leitores pela internet.
Trégua, mas não muito
Às 2h (horário de Brasília) desta sexta-feira (24) teve início a trégua nos ataques de Israel, que deve terminar às 11h. A expectativa é que haja a troca de reféns, com o Hamas entregando um grupo de 12 a 13 reféns ao Crescente Vermelho —versão da Cruz Vermelha para o mundo islâmico.
Em contrapartida, Israel se comprometeu a soltar 150 palestinos detidos em seus presídios, todos mulheres ou menores de idade.
No entanto, já durante a trégua Israel disse que o norte de Gaza está fora dos limites e abriu fogo contra um grande número de palestinos que tentavam retornar às suas casas na região de em Beit Lahiya.
Pelo menos dois palestinos teriam sido mortos pelos militares israelenses e 11 feridos, enquanto tentavam viajar para o norte de Gaza.
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