Um helicóptero de Israel que atacou combatentes do Hamas no dia 7 de outubro, minutos depois deles terem rompido a cerca de isolamento de Gaza, atirou nos invasores mas também acertou jovens que estavam em fuga da rave Supernova, informou neste sábado o diário israelense Haaretz, citando fontes que tiveram acesso à investigação policial.
A rave teve a participação de 4.400 pessoas e a grande maioria conseguiu fugir: não foi pega de surpresa pelo ataque do Hamas, pois sirenes de alarme soaram meia hora antes. De acordo com estatística oficial, 364 pessoas morreram na rave.
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Esta é a primeira vez que um documento de Israel conclui que parte dos mortos na rave pode ter sido vítima de fogo amigo.
TESTEMUNHA
Yasmin Porat, uma sobrevivente do 7 de outubro, já havia apontado para a possibilidade de fogo amigo ao contar que viu um tanque de Israel atirar contra uma casa de sua comunidade, que havia sido ocupada pelo Hamas.
Citando uma investigação da Força Aérea de Israel, o site Ynet descreveu algumas horas de confusão, em que helicópteros atiraram mísseis Hellfire contra alvos sem identificação exata:
A frequência dos disparos contra os milhares de terroristas foi enorme no início e só a certa altura os pilotos começaram a abrandar os ataques e a escolher cuidadosamente os alvos
Segundo o Haaretz, a investigação policial concluiu que os homens do Hamas não sabiam antecipadamente da rave.
Buscavam reféns quando foram atacados pela primeira leva de helicópteros.
As primeiras suspeitas de fogo amigo surgiram por causa de imagens de danos a veículos que pareciam incompatíveis com os armamentos empregados pelo Hamas no ataque: lançadores de granadas e AK-47.
A destruição causada pelos mísseis Hellfire é compatível com automóveis completamente destroçados e corpos carbonizados, mas só uma perícia pode concluir o tipo de armamento utilizado em cada episódio.