Pontos turísticos

Prédios da orla de Santos entortam 1 centímetro por ano; há perigo?

Prefeitura afirma que a inclinação dos edifícios é acompanhada por intermédio de laudos periódicos de vistoria técnica

Escrito em SP el
Jornalista e redator da Revista Fórum.
Prédios da orla de Santos entortam 1 centímetro por ano; há perigo?
Prédios tortos na orla de Santos. Reprodução de Vídeo/YouTube

Curiosidade turística, os prédios tortos da orla de Santos, no litoral paulista, que há anos chamam atenção, continuam a entortar gradualmente a cada ano. A razão são as estruturas, que seguem afundando em consequência do movimento do solo.

A prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Obras e Edificações (Seobe), informou que a inclinação dos edifícios da orla é acompanhada por intermédio de laudos de vistoria técnica que devem ser entregues periodicamente, como consta na Lei Complementar 441/2001.

A administração municipal afirmou, ainda, que, através dos laudos, foi observado que a inclinação de alguns prédios chega a 1 centímetro por ano. Porém, conforme a própria prefeitura, o fato não representa perigo, pelo menos por enquanto.

Outra informação do executivo é que não existem prédios na cidade com inclinação que necessitem de embargo ou que tenham atingido o limite máximo permitido, de acordo com A Tribuna.

Por que os prédios entortam

Santos é famosa por suas praias e pela orla repleta de edifícios. Contudo, ao longo das últimas décadas, essas construções se tornaram uma atração ainda mais peculiar: muitas delas estão inclinadas.

Um levantamento da prefeitura revelou que essa inclinação não se limita aos prédios à beira-mar, afetando um total de 319 edifícios em várias partes da cidade, sendo 65 deles localizados na orla, com inclinações mais acentuadas.

O fenômeno dos “prédios tortos de Santos” que ganhou notoriedade durante a década de 1970 tem uma explicação técnica complexa.

Ele está relacionado às fundações dessas construções, que foram projetadas em uma época em que o conhecimento técnico de edifícios altos ainda estava em desenvolvimento.

Na ocasião, havia um grande interesse econômico em construir rapidamente, resultando em fundações rasas, com apenas 3 ou 4 metros de profundidade, que tocavam apenas a primeira camada de solo, composta por areia fina e argilosa relativamente firme.

No entanto, abaixo dessa camada, havia outra de areia fina siltosa, mais móvel, que, ao ser exposta a estresses causados pelo volume de construções, começou a se mover, ocasionando o recalque das fundações rasas dos edifícios.

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