Alunos realizam protesto e professores entram em greve na Etec de Santos
Unidos, docentes e estudantes reivindicam reajuste salarial e investimentos na escola
Alunos e professores da Escola Técnica (Etec) Aristóteles Ferreira, localizada à Avenida Epitácio Pessoa, no bairro Aparecida, em Santos, no litoral de São Paulo, realizaram, nesta quarta-feira (19), um protesto conjunto em frente à instituição.
A reivindicação geral diante do descaso do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) é por reajuste e reposição salarial para os professores, que iniciaram greve, e melhorias estruturais nas instalações da escola.
O ato teve início pela manhã, quando alunos se concentraram na entrada da escola, carregando inúmeros cartazes com as respectivas exigências.


“Estamos defasados desde 2023; o valor do nosso vale-alimentação é o mesmo desde 2014; nosso plano de carreira está engavetado, não temos nenhuma perspectiva de andamento desse plano de carreira. Isso porque nossas promoções, que são a comprovação de titulação só vêm a cada seis anos. Isso representa um déficit muito grande. Com isso, não conseguimos manter o quadro e muito menos contratar novos professores”, desabafou Heriane Prado e Souza, diretora sindical do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), em entrevista ao BoqNews.
Ela relatou, ainda, que as escolas Etec estão sofrendo um sucateamento por falta de investimentos. “Queremos uma educação de qualidade. Nós primamos por nossos alunos, estamos fazendo esse protesto junto com eles e eles estão reivindicando melhorias na educação e com mais professores, pois o recurso humano é o que faz a escola e somos todos um”, afirmou.



Rafael Macedo, diretor-executivo do Sinteps, afirmou que, desde a aprovação do plano de carreira, em 2014, os servidores tiveram poucos reajustes, sendo o último em 2023, de 6%. A correção, segundo ele, fez com que a hora-aula dos professores fosse de R$ 20,19 para R$ 21,40. “São percentuais muito baixos diante de perdas muito grandes”, disse, em entrevista para A Tribuna.
Cristiane Alves de Oliveira, professora de Biologia na Etec Aristóteles Ferreira, ressaltou que uma das principais reivindicações é a implantação da jornada de trabalho, para que os profissionais deixem de atuar na condição de horistas. “Sendo horistas, nós, professores, temos que assumir aulas em diversas Etecs da região. Com a jornada, poderíamos ter dedicação exclusiva a uma unidade”, relatou.
Concursos públicos
Outro tema em pauta é a abertura de concursos públicos para professores, que têm sido contratados, temporariamente, pelo Centro Paula Souza (CPS), em contratos de apenas dois anos.
“Depois desses dois anos, eles, obrigatoriamente, têm que ir embora e, depois, ficam num interstício de seis meses. Se a escola não consegue professor, o problema é dela, e nunca de cima. Então, a manifestação também é para solicitar a realização de concursos, tanto para o administrativo quanto para o corpo docente”, pontuou a professora.
Além disso, melhorias na estrutura física das instituições também estão na lista de reivindicações. “A Aristóteles Ferreira já foi uma das melhores escolas da região, tanto no ensino quanto na estrutura. Hoje, a nossa escola está, literalmente, caindo aos pedaços”, protestou Cristina.
O que diz o CPS
O CPS se limitou a informar que todas as reivindicações e solicitações, incluindo o plano de carreira para os professores, estão sendo analisadas pela gestão.
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