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Obesidade favorece desenvolvimento de 32 tipos de cânceres; saiba alguns

Estudo internacional revela que há 3 mecanismos que aumentam o risco; especialista aponta formas de prevenção

Escrito em SP el
Jornalista e redator da Revista Fórum.
Obesidade favorece desenvolvimento de 32 tipos de cânceres; saiba alguns
Imagem Ilustrativa. Agência Brasil/Arquivo

A obesidade tem sido cada vez mais reconhecida como fator de risco significativo para o desenvolvimento de inúmeros tipos de câncer. Estudo conduzido por cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, monitorou 4,1 milhões de pessoas, ao longo de 40 anos, e concluiu que o excesso de peso está associado a 40% dos casos de câncer.

A pesquisa revelou, ainda, uma relação entre obesidade e 32 tipos da doença, incluindo de mama, intestino, útero e rins, além de apontar pela primeira vez a conexão com 19 tipos adicionais, como melanoma maligno e cânceres de cabeça e pescoço.

De acordo com especialistas, a obesidade influencia o risco de câncer por meio de três mecanismos principais.

O primeiro é a inflamação crônica, já que o acúmulo de gordura corporal, especialmente a visceral, mantém o organismo em um estado de inflamação persistente, prejudicando as células de defesa e dificultando a eliminação de células cancerígenas.

O segundo são as alterações hormonais, uma vez que a obesidade aumenta a produção de hormônios como estrogênio e insulina, que estão diretamente ligados à proliferação de células tumorais.

E o terceiro mecanismo é a disfunção metabólica, pois o excesso de tecido adiposo afeta o funcionamento celular e cria um ambiente propício para o surgimento e progressão do câncer.

“Obesidade, principalmente a visceral, leva a um estado de inflamação crônica e, também, ao aumento de alguns hormônios, como o estrogênio e a insulina, o que pode favorecer o aparecimento de câncer”, relatou a endocrinologista Giovana Corralo.

Os tipos mais associados ao excesso de peso são o câncer de mama em mulheres pós-menopausa, câncer de endométrio, fígado, colorretal e esôfago. “O impacto maior está no fato de que a obesidade está aumentando de forma muito intensa nos últimos anos. Com isso, o risco de desenvolver esses tipos de câncer também cresce”, alerta a médica.

A boa notícia é que mudanças no estilo de vida podem reduzir esse risco. “O ideal seria tentar perder peso. Perder de 5% a 10% do peso corporal já traz uma melhora na saúde e reduz a probabilidade de desenvolver câncer”, destaca a endocrinologista.

Além disso, uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e fibras, com baixo consumo de açúcar e gorduras saturadas, é essencial. “É importante reduzir o consumo de açúcar e manter um nível baixo de gordura saturada, que é a pior para a saúde”, aconselha a especialista.

Outras medidas preventivas incluem a prática regular de atividade física, evitar o tabagismo e limitar o consumo de álcool. “Parar de fumar e reduzir o consumo de álcool são passos fundamentais para diminuir esse risco”, destaca Giovana.

Evidência científicas

Segundo a médica, evidências científicas apontam que a perda de peso pode, sim, reverter ou minimizar o risco de câncer em pessoas obesas. “Quando emagrecemos, perdemos gordura visceral, que está muito relacionada ao estado de inflamação crônica e aos riscos da obesidade. A perda de peso reduz esse risco, mas outros fatores, como genética e hábitos de vida, também influenciam”, conclui.

Giovana Corralo é endocrinologista, com especialização em metabologia. Ela também é professora de Endocrinologia na Faculdade de Medicina do Centro Universitário Lusíada, em Santos, litoral paulista.

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