AVANÇO

Vacina contra HPV pode transformar cenário do câncer de colo do útero

Imunização oferece proteção eficaz contra vírus responsável por milhares de mortes anuais e outras doenças graves, aponta infectologista

Imagem Ilustrativa.Vacinação no SUSCréditos: Paulo Pinto/Agência Brasil
Escrito en SAÚDE el

Uma das principais causas de morte entre mulheres em todo o mundo é o câncer de colo do útero. Seu principal agente, o papilomavírus humano (HPV), é responsável por quase 100% dos casos da doença, que mata cerca de 300 mil mulheres todos os anos.

Além disso, o HPV está associado a outros tipos de câncer, como de ânus, vulva, vagina e garganta, bem como as verrugas genitais.

Para combater este cenário, a vacinação contra o HPV é apontada como uma das estratégias mais eficazes na prevenção dessas enfermidades.

Disponível para homens e mulheres, entre 9 a 45 anos, a vacina protege contra os subtipos do vírus mais frequentemente ligados ao desenvolvimento de cânceres e lesões pré-cancerosas.

Estudos apontam que a imunização precoce, especialmente antes da exposição ao vírus, pode reduzir significativamente a incidência de casos e salvar vidas.

A infectologista pediátrica Carolina Brites classifica a vacinação como um divisor de águas na saúde pública. “A imunização contra o HPV representa um avanço crucial, pois previne infecções persistentes e cânceres associados ao vírus, garantindo proteção ampla e duradoura. Iniciar a vacinação aos 9 anos é essencial para minimizar riscos e impactos futuros”, preconiza.

Ela explica que o esquema vacinal varia conforme a idade: jovens de 9 a 19 anos recebem duas doses, enquanto pessoas acima de 20 anos ou imunodeprimidas necessitam de três doses.

No Brasil, a vacina está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos, além de outros grupos prioritários, como vítimas de violência sexual.

Em relação aos mitos que cercam a vacinação, como a falsa ideia de que a imunização pode causar infertilidade, convulsões ou até incentivar a atividade sexual, Carolina é enfática: “A vacina é segura, amplamente testada e não tem relação com esses problemas. É fundamental disseminar informações corretas para aumentar a confiança e a adesão da população”.

Outras vantagens da vacinação

Além de prevenir doenças graves, a vacina contra o HPV contribui para reduzir custos no sistema de saúde e desafoga tratamentos oncológicos, ao evitar o desenvolvimento de cânceres.

“A mensagem que deve ser passada é clara: temos uma oportunidade única de prevenir um câncer altamente prevalente e perigoso, sobretudo entre as mulheres. A vacinação é um investimento direto em saúde e qualidade de vida”, acrescenta a médica, mestra em Ciências Interdisciplinares em Saúde e professora de Pediatria na Unaerp, em Guarujá, litoral paulista, além de atuar em hospitais e consultório.

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