Uma adolescente de apenas 14 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi estuprada por um homem que conheceu através de um aplicativo de relacionamento.
O crime aconteceu em dezembro, em São Vicente, litoral de São Paulo. A mãe, que não teve a identidade revelada, conversou com o jornal A Tribuna, de Santos. Segundo ela, a jovem aproveitou que ela estava tomando banho e seu outro filho dormia para deixar o apartamento e encontrar o sujeito, que estava na porta com um carro preto.
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O momento em que ela entra no carro, descalça, e é levada embora, foi registrado por câmeras de segurança.
De acordo com a mulher, a filha usava aplicativos com a intenção de fazer amigos, dificuldade revelada por conta de seu transtorno. “A reclamação dela sempre é essa falta de amigos, é algo que o psicólogo sempre fala. Ela não consegue fazer amizades, então é muito carente nesse ponto. Ela busca fazer amizades de qualquer forma [...], mas não vê malícia”, disse.
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A jovem costumava ser carinhosa com as pessoas, tendo o hábito, por exemplo, de abraçar. “Esse é o jeito dela, mas, agora, ela está ao contrário disso”, afirmou a mãe.
O agressor conseguiu o contato de WhatsApp e, a seguir, o endereço da menina através de um desses aplicativos. Ele parou o carro na porta do apartamento onde vive a família e insistiu para que ela descesse.
“Ela me disse: ‘mãe, ele falou para mim que, se eu não descesse, ele ia ficar chateado comigo, então fui para ele não ficar chateado’. Ela não vê maldade”, contou a mulher.
Após entrar no carro, a menina foi golpeada na cabeça e levada para uma casa em outro bairro, onde foi violentada. A seguir, o criminoso a levou até a avenida da praia e a abandonou. A menina, segundo a mãe, conseguiu voltar para casa com a ajuda de um taxista.
Omissão no tratamento
A mãe registrou boletim de ocorrência em uma delegacia e, logo depois, levou a filha a um pronto-socorro, onde ela foi atendida e medicada.
Na unidade de saúde, a mulher afirma que houve omissão no tratamento. Dias após a ocorrência, ela observou que sua filha não tomou a medicação retroviral, necessária após até 72 horas depois do contato sexual para evitar infecção pelo vírus HIV. “Pedi tanto a Deus que, graças a Ele, ela não se infectou com nenhuma IST (Infecção Sexualmente Transmissível), mas é um absurdo errarem a medicação dela”, disse.
A prefeitura afirmou que investiga o caso para saber o que houve no momento do atendimento. Já a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP-SP) afirmou em nota para a reportagem da Tribuna que o caso está sendo investigado sob sigilo pela Polícia Civil de Santos.