Maria Branyas Morera faleceu aos 117 anos em agosto de 2024, mas sua biologia indicava um organismo mais jovem, conforme revelou um estudo recente. A pesquisa sugere fatores que podem contribuir para a longevidade extrema e a resistência a doenças.
Antes de sua morte em um asilo na Catalunha, Espanha, Branyas deteve o título de pessoa mais velha do mundo por um ano e meio. Análises de amostras de sangue, urina, fezes e saliva, coletadas no último ano de sua vida, apontaram características genéticas e biológicas favoráveis à saúde. Entre elas, genes associados à função imunológica, níveis ideais de colesterol e uma alta concentração de bactérias intestinais anti-inflamatórias.
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O estudo, publicado em 25 de fevereiro no servidor de pré-impressão bioRxiv, ainda aguarda revisão por pares. Segundo Manel Esteller, pesquisador do Instituto Josep Carreras, o objetivo era entender como algumas pessoas chegam a idades extremas sem desenvolver doenças típicas da velhice.
A comparação de seu DNA com o de outras 75 mulheres ibéricas revelou sete variantes genéticas raras, ligadas à saúde cognitiva, imunológica e cardiovascular. Além disso, Branyas apresentava excelente função mitocondrial e uma microbiota intestinal rica em bactérias benéficas, atribuída, possivelmente, ao consumo frequente de iogurte.
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Outro achado intrigante foi a diferença entre sua idade cronológica e sua idade biológica. Embora seus telômeros estivessem extremamente encurtados, um indicador molecular de envelhecimento apontava para uma idade entre 100 e 110 anos, sugerindo um envelhecimento fisiológico mais lento.
O estudo reforça a ideia de que um conjunto de fatores genéticos e hábitos saudáveis pode favorecer a longevidade. Entretanto, a validação da idade de supercentenários ainda é um tema controverso. No caso de Branyas, sua idade foi confirmada por entidades especializadas, mas há questionamentos sobre registros de nascimento em diversas partes do mundo.
Independentemente das incertezas sobre sua idade exata, Branyas chegou à velhice com saúde excepcional, tendo sobrevivido até mesmo à COVID-19 em 2020. Seu caso oferece pistas valiosas sobre os mecanismos do envelhecimento saudável e pode contribuir para futuras pesquisas sobre longevidade.
