A médica Ligia Bahia ganhou nesta segunda-feira (3), o apoio de peso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC). As duas entidades publicaram nota conjunta após o Conselho Federal de Medicina (CFM) mover processo contra ela.
Ligia Bahia fez críticas contundentes à entidade por conta de sua postura durante m relação à vacinação contra a Covid-19 e ao apoio dado pela entidade ao uso de cloroquina. Além disso, a médica condenou também durante o programa “O Conhecimento Liberta”, no canal de YouTube do ICL, a posição do Conselho em se colocar contra a lei que permite o aborto em crianças vítimas de estupro.
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O CFM pede na Justiça a retratação de Ligia, além de uma indenização.
A nota da SBPC e ABC afirma que "as declarações da professora Ligia Bahia refletem consensos científicos amplamente reconhecidos, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Ao buscar puni-la por defender estratégias baseadas em evidências científicas, o CFM se afasta dos princípios básicos da ciência e da liberdade de expressão, que fundamentam a vida acadêmica e as sociedades democráticas".
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A nota chama ainda de exemplar a trajetória da médica "na defesa da ciência e na luta incansável pela melhoria das condições de saúde da população brasileira".
A NOTA DE REPÚDIO DA SBPC E DA ABC POR ATAQUES DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA À PESQUISADORA
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) vêm a público manifestar seu apoio à professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Conselho da SBPC, Ligia Bahia, diante das acusações feitas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
O processo movido pelo CFM exige retratação e indenização por declarações dadas por ela no canal de YouTube “O Conhecimento Liberta (ICL)”, onde criticou a postura do Conselho em relação à vacinação contra a COVID-19 durante a pandemia e o apoio ao uso da cloroquina no tratamento. Além disso, ela contestou o posicionamento do CFM contrário à legislação que permite o aborto em crianças vítimas de estupro.
As declarações da professora Ligia Bahia refletem consensos científicos amplamente reconhecidos, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Ao buscar puni-la por defender estratégias baseadas em evidências científicas, o CFM se afasta dos princípios básicos da ciência e da liberdade de expressão, que fundamentam a vida acadêmica e as sociedades democráticas.
A SBPC e a ABC expressam sua firme solidariedade a Ligia Bahia, destacando sua trajetória exemplar na defesa da ciência e na luta incansável pela melhoria das condições de saúde da população brasileira.
Assinam a nota Helena Bonciani Nader; presidente da ABC e Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC.
O CFM
A estupidez do CFM não é novidade. O órgão, que tem como figura central e uma de suas lideranças o ginecologista Raphael Câmara – ex-secretário de Atenção Primária do ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro (PL), chegou a defender durante a pandemia a autonomia dos médicos para que, se achassem por bem, prescrevessem cloroquina para tratar a covid-19.
A nova diretoria eleita em agosto, é, em sua maioria, composta por chapas de perfil conservador. Defende pautas como restrições ao direito ao aborto legal, pautas “pró-vida” e, como dito acima, a defesa de práticas sem comprovação científica, como o uso da cloroquina para tratar a COVID-19.