As autoridades colombianas estão intensificando os esforços para alertar turistas sobre uma perigosa nova droga que tem sido utilizada em golpes no país.
Conhecida como Burundanga ou 'borrachera', a substância, derivada de uma planta alucinógena, tem propriedades relaxantes presentes em medicamentos contra dor. No entanto, quando misturada com outros químicos, transforma-se em um pó inodoro e sem sabor que é facilmente dissolvido em bebidas e comidas, deixando a vítima inconsciente.
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O 'Sopro do Diabo', como ficou conhecido, é ainda mais potente que o tradicional 'boa noite, Cinderela'. Muito utilizado em festas e encontros mediados por aplicativos de relacionamento, a droga faz com que a pessoa perca total autonomia sobre seu corpo, tornando-se vulnerável a golpes financeiros e, em alguns casos, a abusos sexuais.
O golpe tem sido especialmente direcionado a estrangeiros que visitam a Colômbia para passar férias e buscam encontros por meio de aplicativos como o Tinder. Segundo o jornal El Tiempo, a embaixada dos Estados Unidos estima que oito cidadãos morreram em decorrência do uso da Burundanga, seja por overdose ou homicídio, especialmente na cidade de Medellín.
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O grande desafio enfrentado pelas autoridades é a rapidez de ação da droga, que desaparece no sangue após seis horas e na urina em 12 horas, dificultando rastreá-la após o golpe. Além disso, o efeito de amnésia causado pelo pó complica o trabalho da polícia, que muitas vezes não consegue obter relatos precisos sobre os criminosos.
Os prejuízos financeiros relatados por vítimas são assustadores. Um turista, que esteve na Colômbia com a família no início de janeiro, perdeu cerca de R$ 63 mil em compras feitas com seu cartão de crédito após ser abordado por um homem com bebidas em um hotel. Outro caso envolve um homem que convidou uma mulher para assistir a um jogo de futebol, sendo dopado e acordando sem seus pertences, incluindo passaportes da família.
Apesar de a droga ser considerada 'nova' em termos de maior frequência atual, relatos de seu uso em golpes remontam a 1995, de acordo com informações do Wall Street Journal, dos Estados Unidos. As autoridades colombianas pedem aos turistas que estejam atentos e tomem precauções ao participar de eventos sociais, especialmente em encontros marcados por aplicativos, para evitar cair vítimas do 'Sopro do Diabo'.