SAÚDE

Estudo aponta relação entre remoção de amígdalas na infância e transtornos de ansiedade

Mesmo décadas após a cirurgia, os riscos para a saúde mental permanecem, segundo pesquisadores

Créditos: Elements Of This World/Creative Commons
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Um estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Médica de Guangxi, na China, e do Instituto Karolinska, na Suécia, aponta que a extração de amígdala, procedimento relativamente comum, pode aumentar o risco de se desenvolver transtornos relacionados à ansiedade.

Foram analisados dados de mais de um milhão de pessoas dos registros de saúde sueco e a amigdalectomia estava associada a um risco 43% maior de desenvolver condições como transtorno de estresse pós-traumático, depressão ou ansiedade.

O risco aumentado foi constatado mesmo após se levar em consideração o gênero dos participantes, a idade em que as amígdalas foram removidas e o histórico familiar de transtornos relacionados ao estresse e o nível de educação dos pais.

"Essas descobertas sugerem um papel potencial de doenças adenotonsilares (da adenoide ou amígdalas) ou condições de saúde associadas no desenvolvimento de transtornos relacionados ao estresse", escrevem os pesquisadores em seu artigo.

Risco ao longo do tempo

A pesquisa comparou irmãos em algumas famílias para controlar certos fatores genéticos e ambientais e, mesmo entre essa amostra, houve um risco 34% maior de transtornos de ansiedade para os membros da família que tiveram suas amígdalas removidas.

"Descobrimos que, embora o aumento do risco parecesse ser maior durante os primeiros anos após a cirurgia, um risco maior de transtornos relacionados ao estresse ainda era observado mais de 20 anos após a cirurgia", escrevem os pesquisadores.

Como se trata de um estudo observacional, não é possível apontar as possíveis causas do aumento do risco. A equipe também reconhece os desafios em validar e generalizar seus registros de certos transtornos de estresse, deixando espaço para estudos futuros se expandirem.

"Se nossas descobertas aqui forem validadas em estudos futuros de populações independentes, outros estudos serão necessários para destrinchar o papel das amígdalas humanas e suas doenças, por meio de inflamação ou outras condições de saúde associadas, no desenvolvimento de transtornos psiquiátricos em geral e transtornos relacionados ao estresse especificamente", escrevem os pesquisadores.

Com informações do Science Alert

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