Pesquisadores do Instituto Glenn Biggs, da Universidade de Boston, e do Framingham Heart Study identificaram uma associação entre dietas com maior índice inflamatório dietético (IID) e o aumento do risco de desenvolvimento de demência, incluindo Alzheimer.
O DII é uma ferramenta que quantifica o potencial inflamatório da dieta e, por este índice, classifica os alimentos com maior potencial de aumentar a possibilidade de inflamações no organismo humano. Entre os que têm potencial mais elevado estão a carne vermelha, ultraprocessados, açúcar, gorduras trans, frituras, carboidratos refinados e álcool.
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Com 1.487 participantes, o estudo revelou que dietas ricas em componentes pró-inflamatórios aumentaram o risco de demência em até 84% quando comparadas com dietas anti-inflamatórias.
Entre aqueles que participaram da pesquisa, 246 desenvolveram demência, incluindo 187 casos de doença de Alzheimer. Os que tinham pontuações DII mais altas, indicando dietas pró-inflamatórias, tiveram riscos significativamente maiores de demência.
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Quando foram agrupados com base em suas pontuações DII, aqueles com as dietas mais pró-inflamatórias tiveram 84% mais probabilidade de desenvolver demência por qualquer causa em comparação com aqueles com as dietas de maior teor anti-inflamatório.
Dietas preventivas
As descobertas apoiam a hipótese de que a inflamação dietética contribui para processos neurodegenerativos, provavelmente por meio de vias de inflamação sistêmica. A condição de inflamação crônica, impulsionada por dietas ricas em componentes pró-inflamatórios, pode exacerbar a inflamação cerebral e promover a formação de placas beta-amiloides, uma característica da doença de Alzheimer.
Embora o estudo seja observacional e não prove causalidade direta, os pesquisadores destacam a importância de intervenções na dieta como uma estratégia preventiva contra o desenvolvimento da demência. Os pesquisadores atentam que incorporar ferramentas como o DII em diretrizes nutricionais pode ajudar a identificar populações de risco e possibilitar a promoção de ações direcionadas para reduzir a ocorrência de doenças neurodegenerativas.
Dietas anti-inflamatórias, como a mediterrânea e a Mind, já demonstraram benefícios cognitivos em estudos anteriores. Ambas guardam semelhanças, como o fato de incluírem o consumo de frutas, vegetais, grãos integrais e azeite de oliva. No caso da segunda, há um reforço em alimentos com compostos bioativos, como os flavonoides, antioxidantes presentes em alimentos com coloração vermelha ou roxa como mirtilos e morangos.
Com informações do Medicalxpress