EXCESSO DE TELA

Um hábito comum no trabalho que pode reduzir a expectativa de vida

Estudos da American Heart Association mostram dados alarmantes sobre comportamento diário adotado em ambientes de trabalho

Imagem ilustrativa.Créditos: Freepik
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Aparentemente inofensivo, o hábito de passar longas horas sentado, comum em uma era em que trabalhar em frente a uma tela se tornou a norma, tem se mostrado prejudicial à saúde. Estudos recentes indicam que esse comportamento contribui significativamente para o aumento do risco de doenças cardiovasculares e metabólicas, além de acelerar o processo de envelhecimento.

Segundo uma pesquisa conduzida pela Universidade do Colorado Boulder e a Universidade da Califórnia Riverside, a saúde humana pode ser severamente afetada por longas horas passadas na mesma posição, mesmo entre pessoas que praticam exercícios regularmente. O estudo intersecta com outra pesquisa divulgada pela American Heart Association.

“Nossos corpos foram feitos para se mover o dia todo. Eles não foram feitos para ficar ociosos e estacionários com uma taxa metabólica semelhante à de uma pessoa em coma”, disse um dos autores do estudo e Ph.D., Marc Hamilton.

“Quando nos privamos desse tipo de atividade muscular essencial ao longo do dia, coisas muito potentes acontecem dentro de nossos corpos. Você não pode impactar esses mesmos processos celulares indo a uma academia e fazendo exercícios artificiais por 30 minutos"

Ficar sentado por mais de 10 horas ao longo do dia eleva o risco de doenças cardíacas e diminui a expectativa de vida. Apenas ficar mais de 30 minutos sem interromper a posição pode começar a afetar o fluxo sanguíneo, elevando os riscos de derrames. Para aqueles que passam mais de oito horas diárias em frente ao computador, as probabilidades de desenvolver problemas cardiovasculares aumentam consideravelmente, mesmo que sigam as recomendações de atividade física.

Além disso, a falta de movimento prolongada também interfere no controle do açúcar no sangue e no peso corporal. A inatividade dificulta a capacidade do organismo de processar glicose e gorduras na corrente sanguínea, o que eleva os riscos de diabetes tipo 2 e obesidade. O sedentarismo prolongado, além de prejudicar a saúde física, também afeta a saúde mental. Permanecer sentado por longos períodos reduz a ativação dos grandes músculos das pernas, o que pode resultar em uma queda na produção de substâncias químicas cerebrais responsáveis pela regulação do humor. Com o tempo, essa inatividade pode favorecer o surgimento de quadros de ansiedade e depressão.

O que fazer

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomenda pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada, mas quem passa muito tempo sentado pode precisar de até o triplo para neutralizar o sedentarismo. Caminhadas, subir escadas e alongamentos regulares ao longo do dia ajudam a melhorar a circulação e diminuir os riscos associados.

Outra dica simples é fazer pausas frequentes: levantar-se a cada 30 minutos e movimentar-se pode ativar a circulação e reduzir a fadiga muscular. Para o fisioterapeuta Brian Cleven, pequenos exercícios no local de trabalho, como flexionar os pés ou levantar os calcanhares, são úteis. O uso de mesas em pé, que permite alternar entre posições ao longo do dia, também pode manter os músculos ativos, embora não substitua o exercício regular.

Em situações de imobilidade, como durante viagens, ajustes de posiç??o ou pequenos movimentos, como mudar as pernas ou esticar os braços, podem reduzir a tensão muscular. Tecnologias e aplicativos que lembram de se movimentar são aliados úteis, assim como caminhadas curtas após refeições. Essas estratégias respondem a uma crescente preocupação com o sedentarismo. Para o Dr. Marc Hamilton, especialista da Universidade de Houston, a mensagem é clara: “nossos corpos foram feitos para se mover o dia todo.”

*Com informações de Infobae