O cantor Wesley Safadão revelou, em entrevista ao programa "Fantástico", da Globo, neste domingo (10), que interrompeu seus shows e outras atividades para cuidar da saúde, pois está com transtorno de ansiedade.
"Eu estou esgotado. A palavra é essa, assim, esgotado mentalmente. Eu não soube a hora certa de dosar, de diminuir o ritmo. (...) É como se eu não conseguisse dizer não”, disse o artista.
Segundo Safadão, ele descobriu a doença após passar mal a caminho de um show em Minas Gerais. "Eu comecei a faltar ar, eu queria respirar e não conseguia. ‘Eu quero ir para o hospital, acho que eu estou morrendo’. Eu não sentia meus dedos", relatou.
“São tantos anos, né? Já são mais de 20 anos nessa pegada. (...) Eu não queria acreditar que eu estava com crise de ansiedade. Então, assim, eu era uma bomba relógio que estava me estressando facilmente por coisas poucas”, afirmou ainda o cantor.
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Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é um dos países do mundo com mais registros de transtorno de ansiedade: são 19 milhões de pessoas com a condição no país.
Wesley Safadão está em tratamento que envolve uso de medicamentos e terapia, sob acompanhamento de um psiquiatra.
O que é transtorno de ansiedade
O transtorno de ansiedade é uma condição que faz com que o corpo fique em constante estado de atenção, o que pode culminar em sintomas físicos em crises, como os relatados por Wesley Safadão: falta de ar, palpitação, suor e formigamentos.
Segundo os médicos, a ansiedade é uma resposta natural do corpo que ajuda a reagir com relação a situações de risco. No caso do transtorno de ansiedade, este risco não existe, mas a mente faz com que o corpo, mesmo assim, entre neste estado de alerta.
Conforme escreveu o médico especialista em saúde mental, Enrique De Rosa Alabaster, a ansiedade nem sempre é causada apenas por fatores emocionais. Muitas vezes, ela está relacionada a hábitos e comportamentos que são adotados no dia a dia e que podem agravar ou até mesmo originar esse problema.
Ele ressalta a importância de não depender dos ansiolíticos para aliviar o mal-estar, mas também prestar atenção e modificar alguns aspectos simples ou básicos da nossa rotina. Esses aspectos podem parecer isolados, mas na verdade se influenciam e se potencializam mutuamente.
Fatores que podem gerar crises de ansiedade e prevenção
Consumo de álcool: há uma longa tradição cultural em nossa sociedade sobre o consumo do álcool. Muitas pessoas recorrem ao álcool para se acalmar ou relaxar, mas isso pode ter o efeito contrário, já que ele interfere no sono e no funcionamento do sistema nervoso central, provocando mais ansiedade a médio e longo prazo. Além disso, quando o efeito do álcool passa, tanto no sono quanto na ansiedade, pode ocorrer um efeito rebote, ou seja, uma piora dos sintomas.
Sono insuficiente ou de má qualidade: pode estar ligado ao uso de ansiolíticos, que às vezes são combinados com álcool para tentar combater a insônia. No entanto, isso prejudica a estrutura dos ciclos do sono. É preciso praticar uma boa higiene do sono, como evitar luz artificial, televisão ou dispositivos móveis, reduzir o tempo nas redes sociais por menos de 2 horas pode ajudar a diminuir a ansiedade.
Sedentarismo: Uma forma de cuidar da saúde física e mental é praticar exercícios regularmente. Os exercícios ajudam a acelerar o metabolismo, queimar calorias, fortalecer os músculos e os ossos, melhorar a circulação sanguínea e a sensibilidade à insulina, reduzir a pressão arterial e o risco de doenças crônicas, além de relaxar o corpo e melhorar o humor. Não é preciso fazer exercícios intensos ou longos para obter esses benefícios. Basta fazer atividades simples no dia a dia, como subir escadas, caminhar alguns quarteirões, fazer programas de 5 minutos ou usar dispositivos que nos lembrem de nos movimentar. O importante é manter o corpo em movimento e aproveitar os benefícios do exercício físico para a sua qualidade de vida.
Muitas pessoas relatam ter sensações desagradáveis ao ter um quadro forte de ansiedade, como ondas de calor pelo corpo, tremores, palpitações no peito, sudorese e falta de ar. Quem sofre constantemente com esses problemas têm a possibilidade de desenvolver problemas cardiovasculares fatais, o que é uma das possibilidades de risco da ansiedade.
“O sistema nervoso simpático [responsável pelas alterações no organismo em situações de estresse ou emergência] fica muito ativado quando se tem crises de ansiedade, ou pânico, e por conta da liberação de hormônios, como cortisol e principalmente adrenalina, pode se ter um aumento preocupante da pressão arterial e da frequência cardíaca”, explica o médico pela UFBA e neurocirugião Júlio Barbosa.
Como tratar
As pessoas ansiosas ou que desconfiam que tenham transtorno de ansiedade devem buscar auxílio psicológico ou psiquiátrico para obter orientações de um profissional sobre o tratamento.
Normalmente, este tratamento é feito através de psicoterapia e prevê, em alguns casos, uso de medicamentos, entre eles antidepressivos inibidores de recaptação de serotonina e benzodiazepínico, quer ajuda a controlar a ansiedade de forma mais imediata.
É importante ressaltar que o uso de qualquer medicamento para tratar a ansiedade deve ser feito apenas após a autorização e prescrição por um profissional de saúde especializado.
*Com informações do Infobae, VivaBem e G1