O estado de São Paulo registrou aumento de 29 mil para 90 mil atendimentos de casos de ansiedade e crise do pânico, entre 2019 e 2022. Os dados, da Secretaria de Saúde paulista, também mostram que as mulheres são mais afetadas.
"Uma ansiedade, uma pressa e, ao mesmo tempo, um sentimento de tristeza, porque parece que você não consegue dar conta de si e de tudo que você precisa realizar", relata a comerciante e corretora de imóveis, Adriana da Silva, em entrevista ao G1.
Te podría interesar
Adriana está entre o grupo mais afetado por essas doenças. De acordo com a pesquisa, de janeiro a junho de 2023, foram mais de 45 mil atendimentos para as mulheres, o que representa 250% a mais em relação aos homens.
Apenas no primeiro semestre de 2023, mais de 62 mil consultas para essas doenças foram realizadas, o que representa quase 70% do total de consultas do ano passado.
Te podría interesar
Alguns fatores podem explicar o número alto de casos. A pandemia de Covid-19, por exemplo, trouxe um salto nos diagnósticos de ansiedade e crise do pânico. O medo de sair de casa, ser infectado e o sentimento de solidão influenciaram no desenvolvimento de transtornos mentais. De acordo com um resumo científico da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25% no primeiro ano da crise sanitária.
Problemas sociais também afetam diretamente o quadro de saúde mental das pessoas, principalmente no Brasil, que foi considerado o país mais ansioso do mundo pela OMS. Desigualdade social, desemprego, taxa de violência são algumas características que afetam a saúde mental dos brasileiros.
Em todos os casos, é importante buscar ajuda profissional. No país, existem os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que prestam serviços de atendimento individual e familiar e assistência social para reorganização da situação de um paciente.
Em São Paulo, as unidades dos CAPS podem ser encontradas aqui.
Problema global
Em todo o mundo, o aumento de transtornos mentais preocupa especialistas. Em 2022, a OMS divulgou o Relatório Mundial sobre Saúde Mental: Transformar a Saúde Mental para Todos, em que chama atenção para maior incidência dos quadros de transtornos mentais e faz um apelo para autoridades governamentais tratarem o tema da saúde mental como importante.