CORONAVÍRUS

Nova vacina contra a Covid-19 aprovada na União Europeia pode chegar ao Brasil

Anvisa analisa dose de vacina que combate variante XXB.1.5 e aumenta proteção contra outras variantes recentes

A agência Europeia de Medicamentos aprovou a nova vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech.Créditos: Polina Tankilevitch/Pexels
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Na última quarta-feira (30), uma nova formulação da vacina contra Covid-19, desenvolvida pela Pfizer/BioNTech e direcionada especificamente para combater uma versão mais recente da cepa Ômicron, a variante XBB.1.5, foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

O objetivo da nova formulação é também ampliar a proteção contra as linhagens do coronavírus que estão circulando atualmente, oferecendo uma resposta mais eficaz às mutações do vírus. De acordo com a EMA, a análise de todos os dados disponíveis sobre segurança, eficácia e capacidade de produzir uma resposta imunológica da dose, assim como dos novos dados laboratoriais, mostram uma forte resposta da vacina adaptada contra a XBB.1.5 e outras sublinhagens

A informação foi confirmada em nota pela agência. Aqui no Brasil, a fórmula da nova vacina já está em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde o dia 19 de julho. Apesar do prazo inicial ser de 30 dias, ele pode ser estendido caso a Anvisa solicite dados complementares ao laboratório. 

Até o momento, a Anvisa confirmou que a dose está em análise, mas ainda não há previsão para a decisão final sobre a aprovação do imunizante no país. A Pfizer afirma que "estará abastecida e pronta para distribuir o imunizante atualizado aos países, a depender das decisões regulatórias de cada localidade".

No entanto, mesmo que receba um sinal positivo, a vacina não deve chegar ao Brasil muito rápido por depender ainda de acordos para aquisição e recomendação pelo Ministério da Saúde. Apesar da aprovação, a vacina bivalente atualmente disponível nos postos de saúde do país já oferece alta proteção contra internações e óbito, segundo especialistas.

Essa vacina é chamada de bivalente porque sua formulação é direcionada a duas versões do coronavírus: a original, descoberta em 2019, e a variante BA.4/5 da Ômicron, que predominava em 2022. A vacina foi atualizada novamente para combater as novas versões da cepa Ômicron do coronavírus. Desde que a cepa foi descoberta na África do Sul, no final de 2021, essa linhagem tem produzido uma série de variantes que são mais transmissíveis e têm maior potencial de causar reinfecção.

Devido às constantes mudanças nas variantes do coronavírus, em maio, o Grupo Consultivo Técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Composição de Vacinas da Covid-19 (TAG-CO-VAC) recomendou que a vacina fosse adaptada para combater a versão XBB da cepa Ômicron, já que a cepa de 2019 do coronavírus não circula mais no mundo.

O cientista Ugur Sahin, CEO da BioNTech, ressalta que a nova dose contempla uma proteção mais segura contra as variantes que circulam no momento. “As sub-linhagens relacionadas à Ômicron XBB estão antigenicamente distantes das cepas anteriores da Ômicron e continuam a ser responsáveis pela grande maioria dos casos de Covid-19 em todo o mundo. A vacina atualizada visa a melhorar ainda mais a proteção contra doenças graves e hospitalização”, disse ele.

“As sub-linhagens relacionadas à Ômicron XBB estão antigenicamente distantes das cepas anteriores da Ômicron e continuam a ser responsáveis pela grande maioria dos casos de Covid-19 em todo o mundo. A vacina atualizada visa a melhorar ainda mais a proteção contra doenças graves e hospitalização”

A nova vacina protege contra a Éris?

Infelizmente, a nova dose adaptada da vacina contra Covid-19 chega depois que a subvariante específica presente na formulação não é mais tão predominante. Nas últimas semanas, a variante XBB da cepa Ômicron tem perdido espaço para a variante EG.5, conhecida como Éris, em todo o mundo. No entanto, a EG.5 é uma descendente da XBB, logo, a expectativa é de que a nova vacina também aumente a proteção contra a Éris.

Com informações de O Globo