A variante Ômicron do coronavírus - causador da Covid-19 - é a predominante em todo o mundo desde novembro de 2021. Como se sabe o vírus SARS-CoV-2 não permanece inerte, mas evolui e varia suas sub linhagens. Uma delas vem chamando atenção, a chamada Eris ou EG.5, que agora se espalha por vários países.
Nos Estados Unidos a EG.5 já é a variante predominante. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), ela está presente em 17% das amostras testadas de pacientes com Covid-19. Em mais de 35% das amostras na França ela também foi detectada. Já na América Latina, as autoridades sanitárias do México, Argentina, Colômbia e Equador confirmaram amostras com a variante em algumas pessoas.
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O aumento de casos nos EUA e na Ásia se deve à maior capacidade de escape imunológico do EG.5 “Eris” contra os anticorpos adquiridos. Isso é o que suspeitam as autoridades de saúde.
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Entenda em 5 pontos o que se sabe sobre a nova variante do COVID:
1- Quando e onde foi detectada a 'Eris'?
A subvariante foi identificada na China pela primeira vez em fevereiro deste ano. Em abril, ela foi detectada nos Estados Unidos, conforme o CDC. Dos países que possuem EG.5 há, ao todo, 52 com casos detectados.
2- Quais características destacam a sub linhagem em relação a outras?
A mutação da “Eris” é descendente da variante XBB.1.9.2 da Ômicron e se destaca entre as demais. É uma mutação na proteína adicional Spike Q52H, que ajuda a evitar os anticorpos desenvolvidos pelo sistema imunológico em resposta a variantes e vacinas anteriores.
Isso pode ser uma das razões pelas quais os casos de Covid-19 começaram a aumentar novamente, de acordo com especialistas. “O Eris contém uma mutação específica que sabidamente evita parte da imunidade que você obtém após infecção ou vacinação. Não estamos falando de um possível aumento semelhante ao que vimos quando o Ômicron apareceu pela primeira vez. Mas sempre que vemos um vírus causando um rápido aumento de casos, queremos prestar atenção”, disse Andrew Pekosz, professor de Microbiologia Molecular e Imunologia da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg.
3- Qual o risco?
A OMS publicou sua primeira avaliação de risco da sub linhagem EG.5 e a classificou como uma variante de interesse no dia 9 de agosto. Embora tenham sido observadas elevações simultâneas na proporção de hospitalizações por EG.5 e Covid-19 em países como Japão e Coreia do Sul, nenhuma associação foi feita entre essas hospitalizações e a variante, conforme esclareceu o professor. Sendo uma “variante de interesse”, indica que deve ser observada com mais atenção.
Devido à sua vantagem de crescimento e características de escape imune, o EG-5 pode causar um aumento na incidência de casos e tornar-se dominante em alguns países ou mesmo globalmente.
Mesmo assim, a OMS afirmou que, no momento, não parece representar uma ameaça maior à saúde pública do que outras variantes e que "não há evidências de aumento da gravidade da doença diretamente associada ao EG.5". Por isso, o órgão de saúde considerou que ela representa um "risco baixo".
4- As vacinas atuais contra a COVID funcionam?
As chamadas vacinas XBB.1.5, ou bivalentes, contra futuras sub linhagens da Ômicron tiveram suas versões atualizadas pelas empresas Pfizer/BioNTech, Moderna e Novavax, a fim de se assemelhar mais às várias subvariantes circulantes do vírus. E a EG.5 esta na lista.
A Dra. Mandy Cohen, diretora do CDC, destacou a esperança de que novas vacinas estejam amplamente disponíveis nos Estados Unidos na terceira ou quarta semana do mês que vem. Cohen não abordou especificamente a variante Eris, porém afirmou que “no momento o que estamos vendo com as mudanças nos vírus é que eles continuam suscetíveis à nossa vacina, continuam suscetíveis aos nossos medicamentos, continuam a ser detectados pelas evidências. Portanto, todas as nossas ferramentas continuam funcionando à medida que o vírus muda."
5- O que deve ser feito para conter a 'Eris'?
Estar com as doses da vacina da COVID-19 em dia é indicado para pessoas idosas, pessoas com condições médicas que as predispõem a uma Covid-19 grave, mulheres grávidas, entre outras. As mesmas pessoas devem consultar um médico assim que os sintomas aparecerem. “Eu veria isso como um lembrete de que a Covid-19 existe e ainda é perigosa”, finalizou o Dr. Pekosz.
Entre os sintomas mais comuns da subvariante estão a dor de garganta, coriza, congestão nasal, espirros, tosse, dor de cabeça e voz rouca. Do mesmo modo pode gerar dores musculares e alteração no olfato. Outros sintomas como falta de ar e febre não são muito comuns.