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Covid-19: Fiocruz identifica 25 casos da variante XQ no Rio Grande do Sul

O estado é o primeiro onde há transmissão local desse vírus, que é uma mistura do genoma de duas linhagens da Ômicron: BA.1 e BA.2

A pandemia não acabou.Créditos: Andrea Rego Barros/Prefeitura de Recife
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Os casos da Covid-19 vêm aumentando significativamente nas últimas semanas. Agora, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou 25 casos da variante XQ no Rio Grande do Sul.

A instituição confirmou, nesta quinta (2), que o estado é o primeiro onde há transmissão local desse vírus da Covid-19. O coronavírus XQ é uma mistura do genoma de duas linhagens da variante Ômicron: BA.1 e BA.2.

A cepa XQ tinha sido detectada em casos isolados em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Porém, as ocorrências no Rio Grande do Sul foram identificados em diferentes cidades, entre os meses de março e maio.

Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), diz que, até o momento, não há indícios de que o vírus esteja associado a maior gravidade da Covid-19.

Ela credita isso ao fato de que a população apresenta bons índices de vacinação e muitos já foram expostos a infecções prévias. Contudo, disse que é necessário monitorar a evolução dos casos, de acordo com informações de Mariana Tokarnia, na Agência Brasil..

A Ômicron responde, atualmente, por quase a totalidade dos casos de Covid no Brasil, com predominância das linhagens BA.1 e BA.2 e suas sublinhagens.

Os casos de recombinação genética do coronavírus têm sido identificados em diversos países. Isso tem ocorrido, segundo a Fiocruz, com mais frequência, desde janeiro deste ano, com a circulação simultânea de duas variantes do Sars-CoV-2, Delta e Ômicron, 

Pesquisas indicam que há múltiplas combinações genéticas entre variantes e linhagens

Na ocasião, foi considerada a possibilidade de surgimento de uma linhagem recombinante, que foi popularmente chamada de Deltacron. Contudo, o monitoramento global mostrou a existência de múltiplas combinações genéticas entre variantes e linhagens do patógeno, que passaram a ser nomeadas com a letra X.

Segundo Paola Resende, o coronavírus tem trazido surpresas a cada momento. Ela explica que a recombinação pode ocorrer quando uma pessoa é infectada simultaneamente por duas linhagens.

Nessa situação, pode acontecer a montagem de um genoma com pedaços do código genético de diferentes linhagens. Essa recombinação pode resultar em cepas com potencial de disseminação maior, menor ou igual às linhagens originais.