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Grey's Anatomy: episódio da série foi utilizado em estudo sobre HIV e gravidez

Episódio da série serviu para estudo que mede como as pessoas aprendem sobre a relação entre o HIV e a gravidez com as mídias; entenda

Série Grey's Anatomy.Créditos: Divulgação
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Lançada em 2005, Grey’s Anatomy foi uma das séries mais assistidas nos Estados Unidos e até hoje é uma das responsáveis por concentrar maior audiência no formato. 

Um dos episódios da série foi utilizado para um estudo com foco no HIV e na gravidez. Os pesquisadores observaram que a série tem um papel educativo em explicar assuntos relacionados à saúde.

Qual é o episódio?

Ao todo a série possui 19 temporadas e o episódio utilizado para análise foi o 13º da 4ª temporada, que foi ao ar no ano de 2008. Resultado de uma parceria com a ONG norte-americana Kaiser Family Foundation, organização voltada para política de saúde, o roteiro do episódio foi atribuído por medir o nível de compreensão da audiência.

No episódio, uma mulher que descobre que está grávida é ajudada por uma médica chamada Izzie (Katherine Heigl). Quando a moça (Sarah) recebe o teste positivo, ela toma a decisão precipitada de fazer um aborto.

Estranhando a pressa da decisão, Sarah diz que convive com HIV e conta que não deseja transmitir a doença para o bebê, caso de transmissão que não costuma acontecer na realidade, se o vírus está indetectável, de acordo com estudos. 

A médica então esclarece que há grande possibilidade da moça ter seu filho, embora com HIV, e que a chance de passar a doença para ele é mínima, já que nasceria 98% em condições perfeitas de saúde. “Eu estava dizendo a você que há 98% de chance de seu bebê nascer perfeitamente saudável. Uma chance de 98%! Há uma chance maior de seu bebê nascer com síndrome de Down do que você passar o HIV para o seu filho”.

Assim, Sarah e seu marido repensam a decisão do aborto e feliz de que poderá ganhar o filho em condições normais, a moça dá um longo abraço em Izzie e agradece a médica pelo esclarecimento.

Como foi o estudo?

Duas consultas por telefone em três situações foram realizadas durante o estudo: 1-  Antes do episódio ir ao ar; 2- Na mesma semana que as pessoas assistiram ao capítulo e 3- A última foi realizada seis semanas depois.

  • As três pesquisas utilizaram de 500 espectadores regulares de Grey's Anatomy. Para as pesquisas pós-programa e de acompanhamento, os entrevistados eram telespectadores regulares que haviam assistido ao episódio alvo;
  • As pesquisas foram elaboradas e analisadas pela equipe da Kaiser Family Foundation em consulta, a mesma ONG que contribui para o episódio, com a Princeton Survey Research Associates International (PSRAI);
  • O tamanho da amostra combinada em todas as três pesquisas foi de 1.505 entrevistados, com uma margem de erro da amostragem de cerca de 5%.

Conforme os pesquisadores, “monitorar o conteúdo relacionado à saúde desses programas pode ser tão importante quanto fiscalizar a mídia noticiosa quando trata-se de entender o que o público está vendo e ouvindo -e aprendendo- sobre os principais problemas de saúde[…]”.

E mesmo tendo HIV, pode engravidar: o tratamento antirretroviral e outros avanços científicos permitem que qualquer pessoa soropositiva tenha filhos saudáveis de maneira segura.

Conclusões da pesquisa

  • Na mesma semana que o episódio foi ao ar, os telespectadores mudaram de opinião: as pessoas souberam que havia mais de 90% de chance de uma mulher com HIV ter um bebê saudável. O aumento do percentual foi de 15% a 61%;
  • Após as seis semanas que o episódio foi ao ar, a proporção de pessoas que deram a resposta correta caiu para 45%, mas ainda era substancialmente maior do que antes do programa;
  • Sobre a frase "Se uma mulher que tem HIV ou Aids engravida, não há nada que possa ser feito para evitar que o vírus infecte seu bebê": a proporção de telespectadores que mudaram de opinião, entendendo que a afirmação era falsa subiu de 53% para 76% uma semana após o episódio ser liberado;
  • A proporção caiu seis semanas após o episódio ir ao ar, mas ainda era consideravelmente melhor do que antes do programa: 63% disseram que era falsa, em comparação com 53% antes do episódio exibido;
  • A proporção que concordava com a frase incorreta “É irresponsável para uma mulher que sabe que tem HIV ter um bebê”, caiu de 61% para 34%; 
  • Dos que aprenderam algo novo sobre um problema de saúde assistindo ao programa, o total foi de 45% dos espectadores regulares;
  • O estudo avaliou que os espectadores mais jovens e de baixa renda são mais propensos a dizer que aprenderam algo novo sobre saúde com o programa;
  • 29% afirmaram que as informações médicas mostradas em Grey's Anatomy são "muito" precisas, enquanto a maioria (58%) diz que são "um pouco" precisas.

*Com informações do VivaBem, da UOL