Em êxtase com a medida anunciada pelo secretário de Estado dos EUA Marco Rubio, de que o governo Donald Trump vai revogar os vistos para autoridades estrangeiras que atuarem para “censurar” redes sociais de cidadãos e empresas americanas, Paulo Figueiredo, neto do ditador João Baptista Figueiredo, acabou tropeçando na própria ansiedade e teve que recuar após divulgar uma fake news nas redes sociais.
Minutos após o os EUA divulgarem o comunicado, que visa não só autoridades do Brasil e nada tem a ver com as sanções pela Lei Magnitsky propaladas por Figueiredo e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o neto de Figueiredo, afoito, foi às redes e divulgou "a lista de autoridades brasileiras cujas violações contra cidadãos, residentes e empresas dos EUA já foram enviadas e documentadas em detalhes ao Departamento de Estado dos EUA".
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"Pela nova diretriz do governo americano, estes indivíduos e seus familiares diretos perdem o privilégio de entrada nos Estados Unidos da América. Estamos trabalhando para submeter uma lista mais ampla que incluirá outros nomes, incluindo os agentes, sub-procuradores, juízes auxiliares, dentre outros. Como disse: tudo amplamente documentado", afirmou o cúmplice de Eduardo, sinalizando que os nomes já teriam uma sanção imediata.
Na lista, Figueiredo colocou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso [presidente da corte], Gilmar Mendes, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Flávio Dino. O rol inclui ainda o Procurador-Geral da República (PGR) Paulo Gonet, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o diretor da Polícia Federal Andrei Passos e o delegado Fabio Shor, que está à frente das investigações sobre o clã Bolsonaro.
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A mentira, no entanto, teve perna curta e uma hora depois, irritado com as cobranças dos seguidores, Figueiredo voltou às redes para desmentir a própria publicação, dizendo que a lista seria apenas de nomes que ele e Eduardo informaram ao governo Trump - e não dos que já haviam sido sancionados.
"Sobre a lista: eu não trabalho no governo americano. Eu simplesmente informo ao governo - o que é um direito meu. O que eles fazem com isso, é problema deles", escreveu, em tom de chilique.
No início da noite desta quarta-feira (28), Figueiredo voltou ao tema nas redes para tentar consertar a fake news, mantendo a esperança dos seguidores, em uma espécie de "mais 72 horas", que ganhou notoriedade diante dos pedidos de golpistas que acampavam em frente aos quartéis generais do Exército após a derrota de Bolsonaro para Lula, em 2022.
"Acabo de perguntar se será divulgada lista brasileiros afetados pela decisão do Departamento de Estado dos EUA. A resposta que recebi foi a seguinte: 'Nada relacionado a vistos será público. Quando chegar a hora, os indivíduos sancionados serão notificados no aeroporto'", escreveu, dando bug na cabeça dos extremistas e virando chacota entre seguidores.
"Cada um diz uma coisa diferente, um fala que não vai divulgar, ou disse que acaba de anuncia", comentou um apoiador, com emojis de gargalhadas.