PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA

Estadão sai em defesa de Eduardo Bolsonaro e diz que investigação é "flagrante abuso de autoridade"

Porta-voz da burguesia desde os tempos do escravagismo, Estadão faz chacota com pedido do PGR Paulo Gonet e com possível sanção a Alexandre de Moraes defendendo "liberdade de expressão" de Eduardo Bolsonaro.

Francisco Mesquita Neto e Bolsonaro na sede do Estadão e Eduardo em uma das lives nas redes.Créditos: Clauber Cleber Caetano PR / Reprodução de vídeo
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Porta-voz histórico da burguesia desde os tempos do escravagismo, o jornal O Estado de S.Paulo, o Estadão, saiu em defesa do Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em editorial nesta terça-feira (28) em que classifica como "flagrante abuso de autoridade" a investigação que busca esclarecer a conspiração do filho de Jair Bolsonaro (PL) junto ao Capitólio e ao governo Donald Trump para sancionar uma lista de autoridades brasileiras.

No texto, o jornal diz que não há "lastro" para abertura do inquérito e ecoa a ultradireita neofacista dizendo que a investigação "é sinal da perigosa guinada das mais altas esferas do Judiciário para criminalizar a liberdade de expressão e as lides políticas".

O editorial, no entanto, não surpreende ao tratar a investigação, que dá sequência aos ataques à democracia em julgamento no Supremo Tribunal Federal, como interferência "nas lides políticas", ou seja nos conflitos políticos, adulando os bolsonaristas como o próprio folhetim fazia - e faz - com os militares golpistas, que instauraram uma Ditadura no país em 1964.

"Tudo o que o chamado “03” tem feito nos EUA não passa disso, de manifestações de cunho político por meio de postagens nas redes sociais, gravações de vídeos e entrevistas. Ao que consta, por mais sórdidos e injustos que sejam os termos, isso não é crime", diz o Estadão, distorcendo a proposta da Procuradoria-Geral da República, que detalha como a narrativa bolsonarista tem incitado ataques às instituições, além das negociatas com um governo estrangeiro para atacar o Estado brasileiro.

O Estadão segue fazendo troça do documento assinado por Paulo Gonet, que cita como crime a possibilidade de obstrução de Justiça - para interferir no julgamento em curso sobre a quadrilha criminosa de Bolsonaro no STF - e coação no curso do processo, mostrando como as ações de Eduardo tem sido usadas para tentar coagir o trabalho tanto do judiciário quanto de instituições de investigação, como a Polícia Federal e o próprio MPF.

O jornal ainda faz chacota com a possibilidade de sanção a Alexandre de Moraes, principal - mas, não único - alvo da conspiração de Eduardo Bolsonaro nos EUA.

"Digamos que, eventualmente, Alexandre de Moraes seja proibido de entrar nos EUA ou de movimentar recursos por meio de instituições financeiras daquele país. De que forma isso comprometeria sua jurisdição e suas prerrogativas de ministro do STF em território brasileiro? Mais bem dito: um Estado Democrático de Direito que colapsa porque uma ou duas autoridades foram sancionadas por nação estrangeira já foi abolido há muito tempo – e por outras razões", tripudia o jornal.

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