Em busca de retomar o protagonismo na política nacional, o PSDB deve anunciar nas próximas semanas uma fusão com o Podemos. A estratégia faz parte de um plano em etapas, que inclui ainda a criação de uma federação com o Solidariedade, na tentativa de formar uma nova força política capaz de rivalizar com os campos liderados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A negociação com partidos menores ganhou força após o fracasso de tratativas com siglas maiores como MDB, PSD e Republicanos. Segundo dirigentes tucanos, a nova aliança busca preservar a identidade histórica do PSDB, evitando que a legenda seja absorvida e perca espaço político.
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Fusão até o fim de abril
A fusão com o Podemos deverá ser formalizada até o fim de abril, criando uma nova legenda provisoriamente chamada #PSDB+Podemos, que será presidida pela deputada Renata Abreu (SP), atual líder do Podemos. O nome definitivo da nova sigla ainda será definido.
O movimento é liderado pelo presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, com apoio do deputado Aécio Neves (MG), que afirmou: “Estamos construindo um novo caminho para o centro democrático, para quem não se sente representado nem pelo lulismo nem pelo bolsonarismo”.
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Tensão com governadores
Apesar do otimismo da direção nacional, a reestruturação provoca tensão entre lideranças do partido. Os governadores Eduardo Leite (RS) e Eduardo Riedel (MS) têm sinalizado desconforto com a falta de estrutura da nova sigla e podem deixar o partido. Leite tem sido cortejado pelo PSD, enquanto Riedel avalia convite do Republicanos, o que poderia levar parte da bancada tucana junto com ele.
A tentativa de fusão com o Republicanos chegou a ser cogitada, mas não avançou — o partido de Tarcísio de Freitas preferia absorver o PSDB e manter sua identidade, algo que os tucanos rejeitaram.
Agora, o plano é focar primeiro na união com o Podemos e, depois, fechar uma federação com o Solidariedade. Segundo estudos internos, essa nova composição teria potencial para reunir cerca de 33 deputados federais, sete senadores e três governadores, além de contar com mais recursos do fundo partidário do que legendas como MDB, PSD e Republicanos.
O objetivo do novo grupo é se apresentar como uma alternativa viável ao eleitorado de centro nas eleições de 2026, mantendo independência em relação aos dois principais polos políticos do país.
Com informações da Folha de S.Paulo