Presidente nacional do PSDB e um dos últimos remanescentes do tucanato de alta plumagem com atuação política, Marconi Perillo, virou alvo da Operação Panaceia, desencadeada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (6), que investiga um esquema de corrupção na Saúde em Goiás durante os anos de 2012 e 2018, quando ele era governador do Estado.
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"Durante a investigação foi apurado que os desvios foram feitos por meio de uma organização social em contratos com o Governo do Estado, a qual subcontratava empresas ligadas a políticos e administradores da própria organização social, de forma que parte do dinheiro recebido por essas empresas retornava aos políticos e aos próprios administradores da organização social, o que é vedado por Lei". afirma a PF em nota.
No total, a PF pediu o sequestro de R$ 28 milhões em bens dos investigados. O sequestro de bens é um mecanismo jurídico que congela recursos de investigados em um processo até que se tenha certeza se foi adquirido com dinheiro do crime. O desvio, no entanto, pode ser maior que o montante congelado pela Justiça, de acordo com a polícia.
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Segundo os investigadores, além do desvio de recursos - crime de peculato, também são investigados os crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais. A soma das penas máximas cominadas aos respectivos crimes pode ultrapassar os 40 anos.
Em nota, Perillo creditou a ação da PF a uma reação às críticas que tem feito ao atual governador, Ronaldo Caiado (União). A Polícia Federal, no entanto, é parte da estrutura de segurança da União - e não do Estado.
"Mesmo esperando uma reação aos meus vídeos de denúncias por parte do grupo comandado por Caiado e que hoje domina Goiás e suas instituições, não imaginava que eles, mais uma vez, ousassem usar o poder do Estado para me perseguir, constranger e tentar calar", alega o tucano.
Perillo diz ainda que já foi "vítima de outras armações e “operações” encomendadas, quando todos os meus sigilos e de minha família foram devassados, na mais profunda investigação contra um político em Goiás".
"Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos “fatos” acontecidos há 13 anos. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação", afirma.
"Eu repudio veementemente a inclusão do meu nome nessa “operação”! Estão criando uma cortina de fumaça para não irem atrás de minhas denúncias e investigarem quem deveria ser investigado hoje em Goiás. Enquanto fazem mais um circo para me constranger, o Estádio Serra Dourada foi vendido por apenas R$ 10 milhões; o CORA vai custar o absurdo de R$ 2,4 bilhões e o Caiado ameaça a mim e minha família quando manda recado para ROTAM responder os meus questionamentos políticos, os mesmos que estão sendo investigados pela morte de Fábio Escobar, em Anápolis. Não se iluda Caiado. Você não vai me calar! A hora daqueles que me perseguem vai chegar", emenda o tucano.